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Ponte Rio-Niterói é atingida por petroleiro à deriva e Marinha culpa os ventos

Um dos navios abandonados na baia da Guanabara foi empurrado pelos ventos e chocou-se contra a ponte que liga o Rio de Janeiro a Niterói

Ponte Rio-Niterói

Considerada a maior ponte do mundo na sua inauguração, em 1974, a Rio-Niterói recebe mais de 150 mil veículos por dia | Foto: Estadão Conteúdo

A Ponte Rio-Niterói, com 13 quilômetros de extensão e fluxo diário de 150 mil veículos, foi interditada na noite de segunda-feira, véspera do feriado, após ser atingida por um navio petroleiro abandonado que estava à deriva na região, após escapar das amarras. A Marinha, responsável pela fiscalização das embarcações na costa brasileira, culpou as condições climáticas e os ventos.

A ponte foi fechada às 18h18, e o tráfego só foi parcialmente liberado às 21h33, quase três horas e meia após a interrupção. Na manhã desta terça-feira, o tráfego foi totalmente liberado por volta das 11 horas


Ao ser inaugurada, em 1974, a obra era considerada a maior ponte do mundo. Atualmente, é a maior do hemisfério sul em concreto protendido e a maior da América Latina.

Uma viagem de carro do centro do Rio a Niterói sem a ponte demora cerca de duas horas; o trajeto pela ponte é de 20 minutos. A interdição da ponte Rio-Niterói causou engarrafamento em vias importantes do Rio, uma vez que o acesso à ponte e a vias como a Avenida Brasil, Linha Vermelha e outras que ligam a Zona Norte ao Centro é o mesmo.

Na internet, circulam vídeos feitos por motoristas e passageiros de carros que passavam na ponte no momento do impacto. É possível ver a parte de cima do navio colidir com a estrutura lateral da pista, provocando um forte impacto.

Ontem, foram registrados ventos entre 53 e 57 quilômetros por hora nos aeroportos do Galeão e Santos Dumont. A Marinha do Brasil informou que, devido às condições climáticas do fim de tarde no Rio de Janeiro, a amarra do navio São Luiz se partiu e, por isso, a embarcação se moveu do local onde se encontrava fundeada na direção da Ponte Rio-Niterói.

Segundo a Marinha, o navio São Luiz, que bateu na ponte, será conduzido para atracação no Porto do Rio de Janeiro. “A destinação da embarcação São Luiz é objeto de processo judicial. Enquanto aguardava decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela autoridade marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação”, detalhou a Marinha. Um inquérito será instaurado para apurar as “causas, circunstâncias e responsabilidades” do acidente.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o navio que bateu na ponte é um petroleiro-tanque com bandeira das Bahamas e status ativo. O navio, com 244,75 metros de comprimento e 42,36 metros de largura foi construído em 2013 e foi registrado no Porto de Nassau, capital das Bahamas.

Nos últimos anos, reportagens mostraram que a Baía de Guanabara é palco de abandono de navios inutilizados ou envolvidos em imbróglios judiciais, além de lixos náuticos, como carcaças, peças e equipamentos que, junto ao lixo e esgoto da cidade, poluem o estuário.

O episódio de ruptura da amarra do cargueiro São Luiz, seguido do choque com a ponte Rio-Niterói, é resultado mais recente desse problema. No ano passado, Marinha confirmou que, na região da Baía de Guanabara, havia “aproximadamente 10 cascos de embarcações fundeadas ou encalhadas por seus proprietários”. E informou que as atividades de inspeção naval rotineiras “não apontavam para situações que implicassem comprometimento da segurança da navegação ou risco de poluição hídrica”. (Com AE)

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