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Preço da passagem aérea sobe 81,93% em quatro meses

Passagem aérea é o item que mais pesou na inflação medida pelo IPCA-15 em dezembro e o tema preocupa o governo, afirma Fernando Haddad

avião decola

A alta das passagens aéreas citada pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, é a maior em 12 anos | Foto: Getty Images

Os preços de passagens aéreas acumulam alta de 81,93% entre setembro e dezembro, segundo a prévia da inflação oficial do governo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15). A alta das passagens aéreas foi citada pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, ao comentar o resultado do IPCA-15. O ministro citou que a alta foi atípica e preocupa o governo. No acumulado até dezembro de 2023, a passagem aérea registrou inflação de 48,11% no IPCA-15. Trata-se da maior alta em 12 anos.

“O que está nos preocupando em relação ao IPCA é um item: as passagens aéreas. Cresceram nos últimos quatro meses 65%. Já estavam caras quatro meses atrás e agora subiram 65%”, disse Haddad. “Não é inflação que afeta de maneira uniforme toda sociedade, mas afeta quem faz uso desse meio de transporte. Eu não sei quanto os 65% representam sobre o IPCA, mas não é de se desconsiderar”, acrescentou.

Saiba mais

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a variação desacelerou em dezembro para 9,02% em dezembro, após três altas seguidas de dois dígitos – 13,29% em setembro, 23,75% em outubro e 19,03% em novembro. Apesar da desaceleração, o item foi o que teve maior influência individual na taxa de 0,40% do IPCA-15 em dezembro, com impacto de 0,09 ponto percentual, ou 22,5% da variação.

Querosene de aviação pesa na passagem aérea

Nas divulgações do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o gerente da pesquisa, André Almeida, tem citado a proximidade das férias e o aumento de preço de querosene de aviação como possíveis influências para a alta de preços de passagens aéreas.

Essa alta acumulada nos últimos quatro meses pressionou o resultado fechado para 2023. O preço de passagens aéreas subiu 48,11% em 2023, o terceiro ano seguido de alta em dois dígitos – tinha sido de 16,76% em 2021 e de 24,02% em 2022.

Essa sequência ocorreu após 2020, o primeiro ano da pandemia, quando as viagens foram afetadas pela necessidade de isolamento social. Naquele ano, os preços chegaram a cair 27,08% em maio e 26,08% em junho, mas depois tiveram recuperação em outubro (39,90%) e dezembro (28,31%).

O IBGE não divulgou o resultado fechado para 2020, no entanto, por causa da atualização da estrutura de ponderação do IPCA-15 naquele ano, quando o peso dos produtos no cálculo da inflação foi ajustado de acordo com a nova Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017/2018. (Com Valor Econômico)

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