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Preço dos veículos pode cair com redução do IPI

O Imposto sobre Produtos Industrializados deve ter redução de 18,5%, o que pode levar à redução dos preços ao consumidor

Produção de veículos

A produção no mês de fevereiro foi 165,9 mil veículos, o que representa queda de 15,8% em relação ao ano passado | Foto: Getty Images

A decisão de reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode fazer com que os preços dos automóveis novos caiam. Essa é a expectativa dos fabricantes, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos de Moraes.

“O espírito das tratativas com o governo para reduzir a carga tributária foi esse, e óbvio que esperamos um impacto positivo nos preços dos veículos”, disse Moraes. “Ainda somos afetados pelo aumento de custo de produção, mas temos observado várias montadoras sinalizando a redução de preços como indicamos.”

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Segundo o presidente da Anfavea, o IPI deve ter uma redução de 18,5% na alíquota. No Brasil, veículos com motorização de 1.0 litros a 2.0 litros, têm carga tributária de 37% a 44%. “Defendíamos a redução de 50% na alíquota, mas o governo entendeu que, em média, deveria ser de 25% para todos os produtos”, afirmou. “Teria um impacto maior sobre a economia e estimularia o consumo.”

A medida, no entanto, ainda não foi sentida pela indústria brasileira. No primeiro bimestre, foram licenciados 255,8 mil veículos, uma queda de 24,4% no comparativo com o mesmo período de 2021. Moraes ressaltou que esse recuo foi muito em razão da parada de produção por causa da crise dos semicondutores e pelo avanço da variante ômicron, que teve em janeiro e fevereiro, o seu pico no Brasil.

Venda de veículos cai 22,8% em fevereiro

Somente em fevereiro, os emplacamentos chegaram a 129,3 mil unidades, um recuo de 22,8% em relação ao mesmo período de 2021. “Se compararmos com janeiro, vemos uma pequena alta de 2%, mesmo com fevereiro tendo menos dias úteis de vendas, e conseguimos aumentar a média diária”, disse Moraes. No mês passado, a média diária de vendas foi de 6 ml unidades.

Com isso, os estoques, tanto na rede de concessionárias quanto nos pátios, ficaram estáveis, com 120,1 mil unidades o que equivale a 27 dias de vendas. Em janeiro, o giro era de 26 dias. “Foi impacto das notícias da possível redução de IPI, agora temos que monitorar o desempenho, afinal a média diária já está em ritmo melhor e março não tem feriado e mais dias uteis.”  

A produção no mês passado foi 165,9 mil veículos, queda de 15,8% no comparativo com 2021. Já no bimestre, foram montadas 311,4 mil unidades, recuo de 21,7%.

As exportações em volume chegaram a 41,4 mil unidades em fevereiro, uma alta de 25,4%. Nos dois primeiros meses de 2022, foram embarcados 69,2 mil veículos, uma evolução de 17,3%. Em valores, o crescimento foi de 21,4% em fevereiro e 22,1% no bimestre, o que representou US$ 731,9 milhões e US$ 1,3 bilhão, respectivamente.   

Moraes ressaltou que a entidade ainda não quantificou o impacto da guerra da Ucrânia e o que o conflito pode afetar o setor no Brasil e no mundo. Segundo ele, os efeitos do conflito podem ser sentidos na inflação, pois, além da disparada dos preços do petróleo há ainda a questão das commodities agrícolas que têm na Eurásia grandes produtores.

“O que nos preocupa é que o Banco Central (BC) pode elevar demais a taxa de juros (Selic) para conter a inflação e isso pode ser negativo para o setor”, disse Moraes. “Pode inibir o consumo. O aumento dos preços ao consumidor, neste momento, não é causado pela demanda e sim por fatores externos, por isso, acreditamos que essa alta na Selic pode ser segurada para estimular o mercado e promover o crescimento.”

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