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Presidente da Petrobras pede demissão; diretor assume como interino

José Mauro Coelho é o terceiro presidente a deixar a estatal desde 2019; ações sobem após suspensão temporária das negociações pela B3

Fachada da sede da Petrobras no Rio de Janeiro, cujo presidente José Mauro Coelho saiu

José Mauro Coelho já estava demitido pelo presidente Jair Bolsonaro desde 23 de maio, mas a companhia conseguiu manter o executivo no cargo| Foto: Getty Images

A Petrobras informou nesta segunda-feira, 20, que o seu presidente, José Mauro Ferreira Coelho, pediu demissão do cargo. A confirmação foi dada em comunicado da companhia enviado logo cedo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

José Mauro Coelho já estava demitido pelo presidente Jair Bolsonaro desde 23 de maio, mas a companhia conseguiu manter o executivo no cargo com a força do seu estatuto.

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No final da manhã, a Petrobras informou que o diretor de Exploração e Produção, Fernando Borges, ficará como presidente interino.

Com o comunicado da demissão de Coelho, a Bolsa de valores brasileira (B3) chegou a suspender as negociações dos papéis da Petrobras. Por volta de 11h10, as ações voltaram a ser negociadas. Tanto PETR3 quanto PETR4 registravam queda de mais de 2%.

Ele é o terceiro presidente a deixar a estatal no governo Bolsonaro, que indicou Caio Mário Paes de Andrade, auxiliar do ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia.

Agora, o Conselho de Administração da empresa terá que se reunir para nomear Paes de Andrade como membro do board para que ele possa assumir a presidência.

Conflito com a alta dos combustíveis

Na sexta-feira, contrariando o governo, a Petrobras anunciou mais um reajuste no diesel e na gasolina.

O preço da gasolina estava congelado há 99 dias e teve um aumento de 5,2%, passando a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias da estatal. O diesel, que ficou 39 dias sem aumento, agora custa R$ 5,61 o litro, alta de 14,2%.

A alta dos combustíveis tem sido ponto de tensão entre a Petrobras e o governo. O presidente da República, Jair Bolsonaro, critica a companhia pelos altos lucros e distribuição de dividendos bilionários, inclusive para a União, e pedia para que novos reajustes não fossem realizados.

Pelo estatuto da estatal, um eventual prejuízo provocado pelo seu acionista controlador (União) tem que ser compensado, ou seja, para segurar os preços em relação ao mercado internacional, a União teria que pagar a diferença à Petrobras.

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