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Quando a China espirra, emergentes pegam resfriado, afirma Campos Neto

Impacto da desaceleração da China nos países emergentes, como o Brasil, foi tema de análise do presidente do Banco Central

China

Desaceleração da China acima do esperado e um números de deflação afetam mercado inesperados | Foto: Getty Images

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou hoje que a China é muito importante para o Brasil e o chamado mundo emergente. “Quando a China espirra, os emergentes pegam um resfriado. Temos visto desaceleração da China acima do esperado e um números de deflação completamente inesperados. Empresas grandes da parte imobiliária na China começaram a não fazer pagamentos e entraram em situação falimentar”, destacou, em entrevista ao portal Poder 360.

Campos Neto voltou a citar o corte de juros na China, mas repetiu que isso não deve ser suficiente para promover grandes mudanças. “Existe a interpretação de que governo chinês pode conviver com crescimento mais baixo, ainda que seja um crescimento bom. Hoje o mercado migra para alguma coisa mais próxima de 4,0% ou mesmo abaixo disso”, completou.

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Sobre os Estados Unidos, Campos Neto apontou que o mundo só ficou atento à parte fiscal norte-americana após o alerta da Fitch. “Os gastos dos EUA estão altos e é difícil saber como isso vai impactar a macroeconomia. Isso explica um pouco a resiliência do crescimento nos EUA”, acrescentou o presidente do BC brasileiro.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que nunca cogitou entrar para a política partidária. “Meu avô tinha horror de que a gente um dia entrasse para a política. Ele passava um bom tempo dizendo que era muita frustração, um trabalho duro. Ele falava para a gente tentar fazer coisas mais técnicas, ligadas ao mundo privado”, afirmou, em entrevista ao portal Poder 360.

E completou: “Quando acabar meu período no BC, provavelmente vou ingressar no mundo privado, em algum tipo de projeto.”

Campos Neto tem mandato na presidência do BC até o fim de 2024. Ele lembrou que sugeriu que a lei de autonomia da instituição proibisse a recondução do presidente. “O mandato de quatro anos no BC é bastante, dá para fazer bastante coisa”, acrescentou.

Diferenças entre gestão nos governos Bolsonaro e Lula

Questionado sobre as diferenças entre presidir o BC nos governos Bolsonaro e Lula, ele reiterou a necessidade de mostrar que o trabalho da autarquia é técnico. “Estou há pouco tempo no governo Lula, acho que as coisas vão se acomodando. Não podemos descuidar da inflação, senão ela volta e vem indexação”, respondeu.

E concluiu: “Passamos por um teste de transição de governos agora. Críticas fazem parte do processo. Eu estava preparado e tive críticas também no outro governo. As pessoas esquecem disso muito rápido.” (AE)

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