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Previsão de queda da Selic amplia oportunidade em renda fixa

Especialistas do Safra analisam o cenário para investimentos nos próximos meses, com tendência de queda da taxa Selic

Papo de especialista

Talita Sá, especialista da tesouraria do Banco Safra, e Eduardo Yuki, superintendente executivo de macroeconomia da instituição, na conversa com Marcelo Poli | Foto: Divulgação

O início do ciclo de queda da taxa básica de juros (taxa Selic) nos próximos meses abre boas perspectivas de ganho para o investidor que tem disposição para fazer investimentos no médio prazo, por dois ou três anos. Esta é avaliação dos especialistas do Banco Safra que participaram do Radar Safra, programa transmitido pelo canal do banco no Youtube com análises da conjuntura econômica e oportunidades e investimento.

O programa reuniu Talita Sá, especialista da tesouraria do Banco Safra, e Eduardo Yuki, superintendente executivo de macroeconomia da instituição. Yuki analisou a conjuntura da economia e explicou porque a tendência é de queda da taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses. Talita Sá explicou a vantagem de investir em papéis pré-fixados agora e ‘travar’ o rendimento com base nos juros atuais, de 13,75% ao ano.

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“A renda fixa sempre fez parte do portfólio dos investidores no Brasil, historicamente, por causa dos juros altos, e o brasileiro está muito acostumado com renda fixa”, comenta Talita. Ela cita que hoje há uma série de opções nas operações de captação das empresas, onde o juro é pré-fixado com base nas condições atuais. As operações pós-fixadas, atreladas ao CDI, ou as pré-fixadas, que são as operações que envolvem um pouco mais de risco, porque se a curva de juros sobe, o retorno do investidor tende a diminuir. Ela cita também as operações híbridas, com uma parte em alocada em títulos pré-fixados e outra parte em pós-fixados.

“O ideal é que o cliente consiga diversificar a carteira e aí entram os papéis de bancos (LCAs, CDBs, títulos do governo, CRAS, debêntures incentivadas e não incentivadas), que estão caindo cada vez mais no gosto do investidor brasileiro, até por conta do prêmio que o papel paga no final ao cliente”.

Na tesouraria, as opções são várias para diversificar a carteira do cliente, garantindo retorno para o investidor, sempre alinhando às expectativas de cada perfil. “Tem cliente que não quer tomar nenhum tipo de risco, e outros que gostam de experimentar algum risco. O importante é o investidor falar com o gerente ou o assessor de investimento para montar uma carteira de acordo com os seus planos e interesses.”, explica Talita.

“Estamos em um momento muito oportuno para se beneficiar ali dos juros de dois dígitos. Hoje temos a taxa básica (Selic) em 13,75%, com tendência de começar a cair nos próximos meses. Demora um pouco para perceber a diferença. O ideal é o investidor pensar em um horizonte de médio e longo prazo para um percentual da carteira. Lá na frente o investidor vai ter poder de escolha. Assim como aconteceu em 2015 e 2016, quando os juros também estavam bem altos, a gente dizia aos clientes: traga o seu dinheiro para investir em um prazo de dois ou três anos porque esse juro vai cair, e foi o que aconteceu”.

“Muitos investidores travaram o investimento com juros altos, e quando o prazo de investimento pré-fixado venceu eles perceberam o ganho. O rendimento chegou a 16% ao ano”, afirma Talita.

Economia enfraquecida favorece queda da Selic

O consumo das famílias vem apresentando um desempenho bastante modesto nos últimos meses, explica Eduardo Yuki. Desde o final do ano passado o consumo ficou praticamente estabilizado, mesmo com todos os estímulos econômicos adotados pelo governo passado antes das eleições. “Os dados que nós temos para esse primeiro trimestre mostram uma dinâmica bastante parecida: o consumo se mantém com crescimento bastante fraco por causa da política monetária”, afirma ele.

Além do aumento dos juros, a concessão de crédito desacelerou. Dados do Banco Central mostram que a concessão de crédito não rotativo, em termos nominais, está estagnada. Em termos reais (descontando a inflação), trata-se de uma queda. “Já temos faz algum tempo uma política monetária restritiva, que está prejudicando a concessão de crédito não rotativo”, diz o especialista. E, quando o Banco Central aumenta os juros, o custo de crédito também aumenta, e as pessoas que já tem dívidas, passam a comprometer uma maior parcela da sua renda com pagamento de juros. Esse número hoje está em 27% da renda, que é um patamar historicamente alto. Então, se você compromete uma parte da sua renda com a dívida, sobra menos para consumir”.

O mercado de trabalho também arrefeceu, destaca ele. A população ocupada pelos dados da pesquisa PNAD do IBGE vem caindo desde o final do terceiro trimestre do passado. Nos dados do Caged caíram as admissões brutas. “O mercado de trabalho também está arrefecendo e essa deterioração do mercado de trabalho também prejudica o consumo”, acrescenta Yuki, prevendo queda dos juros nos próximos meses.

Confira a íntegra das análises na playlist do programa Papo de Especialista: clique aqui.

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