Range Rover Evoque voltará a ser produzido no Brasil
SUV da Land Rover deixou de ser produzido na fábrica de Itatiaia, no Rio de Janeiro, em 2019. Retomada será no último trimestre
18/05/2021O presidente da Jaguar Land Rover na América Latina e Caribe, Frédéric Drouin, confirmou que o modelo Range Rover Evoque voltará a ser fabricado no Brasil este ano, após um hiato de dois anos.
Sem revelar investimentos, o executivo disse que a produção do modelo será retomada no último trimestre e as vendas sairão como a linha 2022.
O Range Rover Evoque importado custa atualmente R$ 373 mil, mas a empresa não informou se o preço será mantido para o nacional.
O SUV (utilitário-esportivo) deixou de ser feito na fábrica de Itatiaia, no Rio de Janeiro, em 2019, quando a matriz britânica atualizou a plataforma que é dividida com o Discovery Sport, que passou a ser o único modelo de fabricação nacional da marca.
Em janeiro, em encontro com o governo do Rio, a companhia afirmou que investiria R$ 19 milhões, mas não detalhou em que seriam gastos.
Segundo Drouin, a ideia era nacionalizar o Range Rover Evoque em 2020 mas, com a pandemia de covid-19, o projeto foi congelado.
Boa perspectiva para a retomada do Range Rover Evoque
Ao longo de sete anos – com exceção de 2018 -, a Land Rover registrou seguidas quedas de vendas no Brasil, mas espera voltar a crescer este ano com o retorno da produção local do Range Rover Evoque.
A fábrica de Itatiaia será fechada em julho para adaptações necessárias para a produção do modelo.
Nos últimos meses, o quadro de funcionários, que era de 250 pessoas antes da pandemia, foi ampliado para 450.
Com o SUV de luxo compacto, a Land Rover volta a produzir os dois veículos de quando inaugurou a fábrica, em 2016, porém mais evoluídos.
Entre as inovações tecnológicas, estão câmera 360° (que mostra todo o lado externo do veículo) e uma função em que o motorista tem ampla visão do terreno à sua frente.
Também há sensor que monitora a profundidade da água no local em que o carro está.
Vendas da Land Rover
Em 2020, a Land Rover vendeu 4,6 mil unidades dos seus SUVs de luxo, incluindo versões importadas e o nacional Discovery.
Foi o menor volume da marca em dez anos, inferior inclusive ao de períodos em que apenas importava.
A fábrica de Itatiaia tem capacidade instalada para 24 mil veículos ao ano, mas vem mantendo média de 2 mil a 3 mil unidades.
Desde sua inauguração, a maior venda foi registrada em 2018, com 6,75 mil unidades. A melhor marca, porém, é de período anterior – em 2013, com 10,6 mil modelos.
Nos primeiros quatro meses deste ano, foram vendidos 1,88 mil carros da marca, 14,3% a mais que em igual período do ano passado.
Já os negócios com o esportivo Jaguar caíram quase 80% porque fábricas do modelo tiveram problemas com a falta de semicondutores.
Sustentabilidade da operação
Drouin explicou que o resultado do ano passado da Land Rover foi afetado pela falta de chips. A pandemia também levou o grupo a suspender a produção por várias semanas.
O executivo não se abala com dados de comercialização. “Nosso foco é em uma operação sustentável, e não em número de vendas”.
Ele ressaltou que o tíquete médio dos modelos do grupo é de R$ 330 mil a R$ 350 mil, o que garantiu à empresa equilíbrio fiscal no ano passado, quando várias montadoras de grande porte registraram prejuízos.
A Land Rover disputa um nicho de mercado que consome cerca de 18 mil veículos por ano e detém perto de 30% desse volume.
Além da volta do Range Rover Evoque, a montadora buscou novos negócios durante a pandemia.
Um deles é um contrato de arrendamento (leasing) de seu laboratório de emissões para a empresa Idiada, que presta serviços de testes para outras empresas do setor automobilístico.
Nesse sentido, a companhia também inaugurou, na semana passada, uma divisão exclusiva para restauração de veículos clássicos da marca. “Já recebemos mais de 200 consultas de interessados”, disse Drouin. (AE)