Salários superam inflação em 77% dos acordos em 2023
Os maiores ganhos acima da inflação ficaram no Sudeste (81,2%), seguidos por Centro-Oeste (78,8%), Sul (74,3%), Norte (72,5%) e Nordeste (70,9%)
18/01/2024A maior parte das negociações de reajustes de salários resultou em reajustes reais para os trabalhadores no ano passado, segundo o Dieese. Em 77% dos casos, os acréscimos ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), 17,3% empataram com a inflação e 5,7% estão abaixo do índice. O reajuste real médio em 2023 foi de 1,11%. O painel é composto por 19.531 análises de correções nos salários.
Entre os setores econômicos, a indústria teve destaque maior com aumentos reais em 82,2% das negociações, seguida por serviços (79%) e comércio com 56,4%.
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O setor de serviços teve a maior fatia de negociações que resultaram em reajuste abaixo do INPC, com 6,7%. Na indústria e no comércio, 4,8% e 4,9% dos reajustes ficaram abaixo da inflação, respectivamente.
Por região geográfica, os maiores ganhos acima da inflação ficaram no Sudeste (81,2%), seguidos por Centro-Oeste (78,8%), Sul (74,3%), Norte (72,5%) e Nordeste (70,9%).
Reajustes de salários em dezembro superam o INPC
Em dezembro, dos 48 dos reajustes salariais registrados até 11 de janeiro, 83,3% tiveram aumento acima do INPC — os outros 16,7% apresentaram recomposição de perdas passadas.
Em novembro, 4,4% dos reajustes ficaram abaixo do INPC enquanto 11,6% tiveram recomposição e 63% ficaram acima do índice.
As informações mostram dados com resultado parcial das negociações dos reajustes salariais em dezembro.
Segundo o departamento, o quadro geral pode ser alterado devido ao baixo número de registros no último mês do ano. De acordo com o Dieese, em geral, são cadastrados mais de 200 resultados de negociações – metade dos reajustes em dezembro é oriundo de metalúrgicos do Paraná.
Em dezembro, a variação real média das correções foi de 1,52%. O dado representa uma inflexão diante do observado nos quatro meses anteriores, quando os ganhos reais estavam em trajetória de desaceleração.
O reajuste necessário equivalente à inflação de 12 meses apurada pelo INPC segue em queda, chegando a 3,71% para negociações em janeiro de 2024.
“Esse fator, assim como o aumento do salário mínimo, pode influenciar positivamente as negociações dessa data-base”, diz o Dieese em nota.
Segundo o departamento, não houve registro de reajustes parcelados no fim de 2023.
As negociações que resultaram em reajuste escalonado por faixa salarial chegaram a 18,8% em dezembro, valor abaixo dos 30,1% registrado em novembro. (Valor Econômico)