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Recomendações em destaque para investir em crédito privado

Carteira recomendada de crédito privado inclui Gasmig e o CRI da Hapvida; confira os outros destaques da lista

Gasmig

O consumo de gás natural cresceu motivado pelo consumo das termelétricas e maior demanda setores expostaos ao setor de commodities | Foto: Getty Images

A carteira recomendada de crédito privado de março contém 2 alterações em relação a fevereiro: entraram a debênture da Gasmig e o CRI da Hapvida, e saíram as debêntures CLAG13 (Colombo Agroindústria) e RIPR22 (Rio Paraná Energia).

Em termos setoriais, a carteira apresenta boa diversificação, exposta aos setores imobiliário, distribuição de gás, energia elétrica e serviços médicos. Apesar da cautela quanto ao segmento de construção civil, nossa visão é positiva quanto à atuação da MRV, que vem se diversificando geograficamente.

Em aluguel de galpões, a Log se destaca através dos seus ativos de alto padrão e atuação fora do eixo Rio – SP. O cenário para as distribuidoras de energia elétrica é de atenção, considerando a tarifa ainda elevada para o consumidor final.

Por outro lado, as controladas do grupo Energisa apresentam bons indicadores operacionais e o grupo tem reforçado seus investimentos no intuito de ampliar sua atuação em geração e transmissão.

Gasmig é destaque em crédito privado no setor exposto a commodities

O consumo de gás natural no Brasil aumentou em 2021 (vs. 2020), motivado pelo consumo das termelétricas e maior demanda de alguns setores da indústria, fator favorável à Gasmig, que está exposta ao setor de commodities.

Por último, o setor de saúde no Brasil é marcado atualmente por fusões e aquisições, uma vez que grupos capitalizados buscam expansão em um setor ainda pulverizado e com potencial de crescimento.

Cenário macroeconômico continua desafiador

O cenário econômico no Brasil permanece desafiador, tendo em vista uma inflação persistente, custo de crédito crescente, gargalos na indústria e um crescimento abaixo do esperado no varejo. No contexto internacional, se o preço das commodities e a inflação já vinham preocupando, dessa vez, contamos com um “ingrediente” a mais, isto é, as tensões geopolíticas desencadeados pelos conflitos na Ucrânia, cujo efeito será sentido no mercado de commodities e na cadeia logística global.

Dados do IBGE relativos a dezembro, mostram um crescimento de 2% (vs. novembro) na indústria de transformação. Apesar da boa notícia, a indústria continua a enfrentar gargalos na cadeia produtiva e deve sofrer com a taxa de juros crescente. O comércio teve um crescimento tímido de 0,3%, abaixo da expectativa do mercado de 0,8%. A surpresa positiva foi o setor de serviços (+1,4%), favorecido pelo subsetor de tecnologia da informação e serviços prestados às famílias.

A inflação registrou crescimento de 0,54% em janeiro, acumulando alta de 10,38% nos últimos 12 meses. Dentre as causas apontadas, estão: quebra de safra, gargalos na cadeia produtiva, preço de energia e combustíveis.

No âmbito internacional, o conflito entre Rússia e Ucrânia contribuiu para elevar o preço do barril de petróleo para acima dos US$110, e o efeito é sentido desde a produção de petroquímicos, como a Nafta (utilizada na produção de solventes), até os combustíveis, como diesel e gasolina, que compõem importante parcela do custo na produção agrícola e industrial no Brasil.

A Rússia produz 11% do volume mundial de petróleo e responde por 30% do volume comprado de óleo e gás pela Europa. Além disso, cerca de 23% do volume de fertilizantes importados pelo Brasil é proveniente da Rússia. Juntos, Rússia e Ucrânia, são grandes exportadores de trigo e milho.

Nos EUA, a inflação acumulou alta de 7,5% nos 12 meses em janeiro e, diante disso, o presidente do FED defendeu uma elevação de 25 bps na taxa de juros americana. Geralmente, o efeito disso é sentido no fluxo de dólar, saindo de países emergentes – incluindo o Brasil – para a aplicação em Treasuries americanos. Uma possível saída de dólares do país tem efeitos no câmbio e na curva de juros DI futuro, porém vale ressaltar que a alta da Selic pode mitigar a depreciação do real.

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