Após risco de colisão espacial, China denuncia Elon Musk na ONU

A China apresentou queixa à Organização das Nações Unidas (ONU) alegando que astronautas a bordo da estação espacial chinesa tiveram que tomar medidas emergenciais no início deste ano para evitar colidir com satélites lançados pela SpaceX, a empresa fundada pelo bilionário Elon Musk.

Os dois satélites Starlink chegaram perto da estação espacial em julho e outubro, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Zhao Lijian, nesta terça-feira, em Pequim.

Na época, os astronautas chineses estavam conduzindo missões na estação, e tiveram de adotar medidas de emergência para evitar colisões, disse ele.

Em uma apresentação em julho à Comissão Federal de Comunicações, a SpaceX disse que havia lançado até agora cerca de 1.800 satélites Starlink e estava ativa em mais de 20 países.

Empresa de Elon Musk quer lançar mais 30 mil satélites

A empresa planeja aumentar o ritmo de lançamentos de satélites nos próximos anos. Nos arquivos da comissão, a Space X disse que quer adicionar pelo menos cerca de 30.000 satélites a mais, informa o Wall Street Journal.

Os desenvolvimentos ocorrem no momento em que uma corrida espacial entre os EUA e a China fica mais acirrada, enquanto o tráfego em órbita baixa da Terra se torna cada vez mais desordenado.

A China foi impedida pela lei dos Estados Unidos de trabalhar com a National Aeronautics and Space Administration por uma década, e desde então tem perseguido seu próprio programa espacial cada vez mais ousado. Começou a construção de uma estação espacial no início deste ano, visando a conclusão até o final de 2022.

“Os Estados Unidos continuam proclamando o chamado conceito de responsabilidade no espaço sideral, mas ignora as obrigações do tratado internacional e representa uma séria ameaça à segurança dos astronautas”, disse Zhao.