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Com piora do risco global, Ibovespa cai 1,42% e fica abaixo dos 114 mil pontos

Dados de emprego nos EUA acima do esperado aumentaram o temor de nova alta dos juros, o que derrubou o Ibovespa ao menor nível desde 5 de junho

Ibovespa

Todas as ações de maior peso e liquidez na B3 se vergaram à aversão a risco que prevaleceu especialmente do meio para o fim da tarde | Foto: Getty Images

Em mais uma rodada de pressão decorrente da escalada dos juros de mercado nos Estados Unidos, que hoje alcançaram a marca de 4,80% para o vencimento de 10 anos – e de 5,15% para o de 2 anos, na máxima do dia -, o Ibovespa mergulhou à tarde, em sucessivas renovações de mínimas após as 15h que o lançaram, no fechamento, aos 113.419,04 pontos, queda de 1,42% na sessão. Foi o menor nível de fechamento para o índice da B3 desde 5 de junho (112.696,32), e também a primeira vez, desde então, que o Ibovespa encerra o dia abaixo dos 114 mil pontos.

Na mínima, o Ibovespa mostrava perda de 1,66%, aos 113.150,89 pontos, saindo de máxima na sessão a 115.055,63, quase correspondente ao nível da abertura (115.054,87). O giro financeiro ficou em R$ 19,8 bilhões nesta terça-feira. Nas duas primeiras sessões de outubro, ontem e hoje, o Ibovespa acumula perda de 2,70%, limitando o ganho do ano a 3,36%. A resiliência dos indicadores econômicos nos Estados Unidos – nesta terça-feira foi a vez do relatório JOLTS, métrica sobre o mercado de trabalho americano monitorada de perto pelo Federal Reserve – leva o mercado a ajustar expectativas sobre a taxa de juros de referência da maior economia do mundo, e reacende temores quanto a uma possível recessão, mais à frente, diante da perspectiva de juros altos por mais tempo do que se antevia.

Saiba mais:

“O número aguardado para o JOLTS era de 8,80 milhões de vagas em aberto nos EUA, mas o dado surpreendeu, atingindo 9,61 milhões. O valor está distante do pico de abril de 2022, quando registrou 11,55 milhões de vagas; entretanto, ainda sinaliza um mercado de trabalho demasiadamente aquecido”, observa em relatório a Toro Investimentos, acrescentando que a leitura contribui para reforçar as apostas de aumento de juros pelo Fed ainda este ano.

Na sexta-feira, 6, o mercado contará com outra métrica sobre o mercado de trabalho americano, o ‘payroll’ de setembro, com dados como a geração de vagas, a taxa de desemprego e a evolução média do ganho salarial.

Em Nova York, as perdas nos principais índices de ações ficaram em 1,29% (Dow Jones), 1,37% (S&P 500) e 1,87% (Nasdaq) no fechamento desta terça-feira, também acentuadas do meio para o fim da tarde. Aqui, o dólar à vista foi negociado a R$ 5,1603 na máxima do dia, e fechou ainda em forte alta de 1,73%, a R$ 5,1543.

Destaques do dia no Ibovespa

Nesse contexto, todas as ações de maior peso e liquidez na B3 se vergaram à aversão a risco que prevaleceu especialmente do meio para o fim da tarde, e apenas nove, de 86 papéis da carteira Ibovespa, conseguiram escapar a perdas na sessão, com destaque para Natura (+2,97%), Fleury (+2,17%) e Suzano (+1,95%).

No lado oposto do Ibovespa nesta terça-feira, destaque para Magazine Luiza (-8,46%), Grupo Casas Bahia (-7,94%) e Petz (-6,52%). Entre as blue chips, Petrobras ON e PN cederam hoje 1,18% e 0,44%, respectivamente, enquanto Vale ON caiu 0,61%. As perdas do dia entre as ações de grandes bancos ficaram entre 0,85% (Santander Unit) e 1,53% (Bradesco ON). A ação da B3 encerrou a sessão em baixa de 4,25%. (AE)

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