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Ásia e Europa em queda; Ibovespa e dólar em tendência neutra

Bolsas na Europa apresentam queda, acompanhando movimento do mercado acionário asiático após dados negativos da China; confira a análise técnica do Banco Safra

Cotações

Agenda de indicadores trará pedidos às fábricas e pedidos de bens duráveis de julho, ambos com estimativa de queda | Foto: Getty Images

O Ibovespa apresentou leve queda de -0,10% no último pregão, cotado a 117.776,62 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio prazo e no curto. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 120.000 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 122.700 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 114.300. O próximo fica na faixa de 110.850 pontos.

O Dólar Futuro apresentou queda de -0,11% no último pregão, cotado a 4.959,50 pontos. O ativo se encontra em uma tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.830 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.750. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.000 e a segunda em 5.195.

Exterior:

Bolsas na Europa apresentam queda, acompanhando movimento do mercado acionário asiático que reagiu ao PMI Caixin de serviços na China de agosto, que apresentou queda maior que a esperada e ficou em 51,8, nível mais baixo do ano. Agenda de indicadores trará pedidos às fábricas e pedidos de bens duráveis de julho, ambos com estimativa de queda.

Doméstico:

Produção industrial de julho deve apresentar baixa de 0,3% na comparação mensal, após estabilidade em junho. Noticiário informando que governo deve discutir reforma administrativa. Câmara aprovou requerimento de urgência para proposta que limita juros de cartão de crédito, que poderá ser votada em breve sem precisar passar pelas comissões.

Commodities:

Petróleo apresenta alta (USD88,9/b; +2,3%)
Minério de ferro registra alta (USD115,7/t; +1,5%)

Empresas:

Tenda: Cia precifica oferta de 18,8 mi de ações a R$ 12,50/cada
Eletrobras: Cia informa venda de fatia na Copel por R$ 125,3 mi
PetroRio: Produção diária de óleo agosto 98.011 barris por dia
Tok&Stok: Controladores da Mobly e da Tok&Stok definiram os termos do acordo para a fusão das empresas, informou o Valor sem dizer como obteve a informação
Energisa e Equatorial: Cias buscam sócios para ativos de transmissão: Valor

Agenda do Dia:

09:00 – Brasil – Produção Industrial/Julho
10:00 – Brasil – PMI Composto/Agosto
11:00 – EUA – Pedidos à Indústria/Julho
11:00 – EUA – Pedidos de Bens Duráveis/Julho
Balanços: BrasilAgro

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 117.777 (-0,10%)
S&P: 4.516 (+0,18%)
Dólar Futuro: R$4,95 (-0,11%)

Atualizações Safra:

Oncoclínicas: Criação de valor ao abordar eficazmente um problema crítico; iniciando cobertura com Compra

Estamos iniciando a cobertura da ONCO3 com rating de Compra e preço alvo de R$ 19/ação para prazo de 12 meses. Em nossa opinião, a Oncoclínicas está bem posicionada para entregar sólidos CAGRs de 3 anos de receita líquida, EBITDA e LPA de 24%, 39% e 124%, respectivamente. Os principais impulsionadores desse desempenho são (i) maior necessidade de tratamento do câncer no Brasil devido à demografia e à inovação; (ii) uma forte proposta de valor através de um modelo de negócio rentável; (iii) espaço significativo para expansão em cidades novas e existentes; e (iv) assimetrias favoráveis ainda não precificadas. Vemos ONCO3 sendo negociado a 17,8x P/L e 6,9x EV/EBITDA para 2024 e 11,7x e 5,7x, respectivamente, para 2025 (rápido crescimento levando a rápida compressão de múltiplos), enquanto em nosso preço-alvo o P/L e EV/EBITDA implícitos para 2025 são de 17,4x e 7,8x, respectivamente. Seu valuation atual e perspectiva de crescimento significativo – já que a Oncoclínicas é um player dedicado e eficiente em um dos segmentos de maior crescimento na área da Saúde – nos leva a classificar a ONCO3 como Compra com um preço-alvo de R$ 19,00/ação, colocando-a como nosso nome preferido entre as small caps em nossa cobertura de saúde.
A demografia e a inovação deverão impulsionar os cuidados oncológicos nos próximos anos. A crescente parcela da população idosa no Brasil deverá levar a uma maior incidência de câncer no país. As pessoas com 50 anos ou mais deverão representar 37% da população em 2040, contra 26% em 2020. Este grupo etário tem 3,5 vezes mais probabilidade de ser diagnosticado com câncer do que as pessoas com menos de 50 anos. Além disso, medicamentos e terapias inovadoras têm aumentado a expectativa de vida e o período de tratamento. Como resultado, o setor deverá crescer a uma CAGR de 12% a 14% entre 2022 e 2030, de acordo com a McKinsey.

A Oncoclínicas possui posição de liderança no Brasil e proposta de valor superior. A empresa é a principal prestadora de serviços oncológicos dedicados da América Latina (participação estimada de 6,1% no mercado geral e 11% em serviços ambulatoriais), e sua grande escala é um fator importante para fechar acordos competitivos com empresas farmacêuticas e atrair pessoal-chave. O seu foco em tratamentos com boa relação custo-benefício (ticket médio cerca de 22% inferior ao dos pares listados) também é fundamental para os operadores de saúde, que precisam de abordar a crescente incidência do câncer, mantendo os custos sob controle. Para os pacientes, a qualidade do seu corpo médico, o atendimento humanizado em instalações confortáveis e os bons resultados clínicos levam aos melhores tratamentos possíveis e a um NPS elevado de 96.
Muito espaço para crescer em cidades novas e existentes. Na nossa opinião, a empresa pode expandir a sua presença em 16% nas cidades existentes, alcançando o seu market share justo em mercados onde acreditamos que está subpenetrada. Também pode expandir a sua presença em mais 75% entrando em novas cidades onde tenhamos identificado as condições adequadas para justificar uma mudança (provavelmente através de aquisições). Além disso, acreditamos que a empresa tem bastante capacidade ociosa para crescer significativamente nas cidades existentes sem grandes requisitos de investimento.
Potenciais assimetrias ainda não são contabilizadas. Acreditamos que os negócios já celebrados com Central Nacional Unimed (CNU), Porto Saúde e Grupo Santa poderão adicionar um EBITDA incremental de R$ 368 milhões até 2027 (+32% vs. 2023E). Também vemos espaço para maior eficiência e melhorias marginais no EBITDA através da centralização das farmácias em algumas cidades importantes. Além disso, vemos uma oportunidade a longo prazo de rentabilizar a sua grande plataforma e lago de dados, estabelecendo parcerias com empresas farmacêuticas para desenvolver novos medicamentos contra o câncer. A nossa simulação do impacto potencial de tais parcerias indica um impacto positivo de 4% a 11% na capitalização de mercado atual, mas não consideramos isso no nosso modelo.
Riscos. Alguns dos riscos mais importantes para a nossa tese de investimento na ONCO3 são: (i) perda de pessoal-chave, como oncologistas de topo; (ii) elevada dependência estratégica do fundador, Bruno Ferrari; (iii) potencial aumento da concorrência de grandes redes hospitalares; (iv) concentração atual de receitas de 16% na Unimed Rio, o que deverá diminuir nos próximos anos; e (v) potencial excesso em caso de novas ofertas de ações.

Varejo & Farma – Relatório temático: entendendo a Medida Provisória nº 1.185

Organizamos um evento com o escritório Machado Meyer para discutir os impactos da recém-editada Medida Provisória nº 1.185/2023 (“MP 1.185”), que regulamenta subsídios fiscais (vinculados a incentivos fiscais concedidos por municípios, estados ou pelo governo federal) para investimentos.

O que há de novo? A MP 1.185 revoga a decisão anterior sobre subsídios fiscais para investimentos e estabelece

  • (i) Escopo – Limitado a novos projetos ou ampliação de instalação existente a partir de agora.
  • (ii) Subsídios – Agora: O incentivo fiscal de ICMS gerará um crédito a ser compensado com imposto de renda (no futuro). Antes: O incentivo era excluído da base do EBT.
  • (iii) Valor – Limitado às despesas de depreciação e amortização do respectivo investimento.
  • (iv) Burocracia – Para usufruir do benefício é necessário cadastro prévio na Receita Federal do Brasil. (v) Prazo – Os subsídios serão concedidos somente até 2028 e, em termos de caixa, levará mais tempo para as empresas monetizá-los, conforme descrito no item (ii).

Contexto e implicações. Outra discussão importante foi a recente decisão proferida pelo Tribunal Federal de Recursos (STJ), em março de 2023, que decidiu que é inconstitucional a cobrança de imposto pelo governo federal sobre créditos concedidos pelos Estados, pois violaria o pacto federativo de reciprocidade. imunidade tributária. A MP 1.185 entrará em vigor em 1º de janeiro de 2024 e deverá ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias – até 28 de dezembro de 2023. Acreditamos que, até então, o assunto deverá ser bastante debatido no Congresso. Por fim, caso a MP 1.185 seja aprovada, esperamos que as empresas contestem a decisão na Justiça.

Medindo o impacto potencial. Contudo, analisando a própria MP 1.185, haveria um aumento da carga tributária das empresas e da burocracia, mas uma redução no prazo para as empresas utilizarem os subsídios. Além disso, é difícil estimar os subsídios gerados a partir de investimentos futuros por empresas de varejo e o seu consequente impacto no lucro por ação e, em última análise, no valuation. Portanto, para medir esse impacto potencial, realizamos uma análise de sensibilidade do valor de mercado atual das empresas de varejo considerando para cada empresa:

  • (i) nossas estimativas para o lucro líquido e o subsídio para 2023;
  • (ii) o múltiplo P/L de 2023;
  • (iii) cenários em que as empresas perderiam de 25% a 100% do subsídio. Considerando o pior cenário, vestuário seria o subsegmento mais impactado, com impacto negativo máximo no valor de mercado variando de 24% a 40% – exceto Lojas Renner, que sofreria um impacto menor de apenas 11%. Já para o varejo alimentar, o impacto também seria alto: 35% para o Assaí e 32% para o Grupo Mateus. Por último, a Hypera também teria um impacto negativo substancial de até 22% do seu lucro por ação ou capitalização de mercado. Os menos impactados seriam: Blau (4%), Carrefour Brasil (5%), Raia Drogasil (8%) e Panvel (8%). Vale ressaltar que nem Smart Fit nem Mercado Libre desfrutam de tais benefícios e, consequentemente, não são afetados de forma alguma por esta discussão.

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