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Cantor, ator e compositor Rolando Boldrin morre aos 86 anos

Artista de múltiplos talentos, com atuação na música, cinema e telenovelas, destacava-se como grande contador de histórias

Rolando Boldrin

Rolando Boldrin omandava o programa Sr. Brasil semanalmente na TV Cultura | Foto: Divulgação

O cantor, compositor e ator Rolando Boldrin morreu nesta quarta-feira, em São Paulo. Ele apresentava semanalmente na TV Cultura no programa “Sr Brasil”. A causa da morte não foi divulgada. Com uma trajetória que cruza com a história da televisão brasileira, o apresentador tornou-se foi um dos nomes mais respeitados quando o assunto é cultura popular. Dono de uma memória invejável, dedicou a vida a resgatar e valorizar a música caipira de raiz.

Rolando Boldrin será velado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Ator de filmes e novelas, o artista destacou-se como grande contador de causos ligados à cultura popular.

Em maio deste ano, Boldrin foi homenageado pela TV Cultura ao comemorar 85 anos. A emissora exibiu o documentário “Eu, A Viola e Deus”, dirigido por João Batista de Andrade. O documentário conta a história do artista na música e nas artes desde a infância, com depoimentos de pessoas que fizeram parte da trajetória dele.

Nascido em 22 de outubro no São Joaquim da Barra, interior paulista, Boldrin se mudou para a capital ainda jovem e começou a trabalhar na extinta TV Tupi em 1958. Aos doze anos de idade, começou uma empreitada musical com o seu irmão, formando a dupla Boy e Formiga.

“Sou fundamentalmente um ator, esse tem sido meu trabalho a vida inteira; radioator, ator de novela, de teatro, de cinema, um ator que canta, declama poesias e conta histórias”, dizia o multitalento Boldrin.

No cinema estreou com o filme “Doramundo” (1978), de João Batista de Andrade, seguido de “O Tronco” (1999), do mesmo diretor, e fez o “O Filme da Minha Vida” (2017), de Selton Mello. Atuou em dezenas de novelas, entre elas “O Direito de Nascer”, “Roda de Fogo”, “Cara a Cara” e “Os Imigrantes”.

Atualmente apresentava o programa “Sr Brasil”, na TV Cultura, mas já esteve à frente do “Estação Brasil”, “Empório Brasil”, “Empório Brasileiro” e “Som Brasil”.

A TV Cultura divulgou comunicado em que agradece o artista por ter emprestado o seu brilhantismo à programação. E manifesta os sentimentos aos familiares e amigos deste artista gigante que jamais será esquecido.

Nota da Fundação Padre Anchieta sobre a morte de Rolando boldrin

“A Fundação Padre Anchieta lamenta profundamente a morte do ator, cantor, compositor e apresentador da TV Cultura Rolando Boldrin, na tarde desta quarta-feira (9/11), aos 86 anos. O velório será realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Av. Pedro Álvares Cabral, 201 – Moema). O horário será informado em breve.

Rolando Boldrin teve enorme contribuição na história da TV Cultura. Com o “Sr. Brasil”, o qual apresentou por 17 anos, “tirou o Brasil da Gaveta” e fez coro com os artistas mais representativos de todas as regiões do país. Em seu programa, o cenário privilegiava os artesãos brasileiros e era circundado por imagens dos artistas que fizeram a nossa história, escrita, falada e cantada, e que já viajaram, muitos deles “fora do combinado”, conforme costumava dizer Rolando.

Figura emblemática da cultura popular brasileira, Boldrin, o sétimo filho de uma família de 12 irmãos, nascido em 22 de outubro de 1936, foi o único “encarregado” de cantar e contar a nossa terra em verso e prosa desde muito cedo. Saído do interior de São Paulo, da cidade de São Joaquim da Barra, o caboclinho virou ator de filmes premiados e de novelas acompanhadas no Brasil inteiro e até no exterior, e tornou-se compositor, cantor, apresentador e, claro, grande contador de causos.

O “caipira” que cantou e contou o Brasil como poucos teve uma vasta carreira na teledramaturgia brasileira. Boldrin foi um homem de inúmeros talentos e muita personalidade, mas dizia que era fundamentalmente um ator: “esse tem sido meu trabalho a vida inteira; radioator, ator de novela, de teatro, de cinema, um ator que canta, declama poesias e conta histórias”, falava.

Como ator, Rolando atuou em mais de 30 novelas, como “O Direito de Nascer”; “As Pupilas do Senhor Reitor”; “Os Deuses Estão Mortos”; “Quero Viver”; “Mulheres de Areia”; “Os Inocentes”; “A Viagem”; “O Profeta”; “Roda de Fogo”; “Cara a Cara”; “Cavalo Amarelo” e “Os Imigrantes”.

Na televisão, ainda apresentou os programas “Som Brasil” na Rede Globo, “Empório Brasileiro” na TV Bandeirantes e “Empório Brasil” no SBT. Na TV Cultura, esteve à frente do “Sr. Brasil” desde 2005.

Seja como ator, apresentador, cantor ou contador de causos, Rolando Boldrin deixará uma lacuna na cultura brasileira e uma imensa saudade entre os milhões de fãs que conquistou em mais de 60 anos de carreira na TV.

A TV Cultura agradece pela honra de ter contado com o brilhantismo de Boldrin em sua programação. E manifesta os mais sinceros sentimentos aos familiares e amigos deste artista gigante que jamais será esquecido”.

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