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Música brasileira perde Gal Costa, aos 77 anos

Cantora reconhecida por uma das grandes vozes da história da música popular brasileira morreu em São Paulo após passar por uma cirurgia

Gal Costa

Gal Costa cancelou um shor em São Paulo há poucos dias para passar por uma cirurgia | Foto: Eduardo Nicolau/Estadão Conteúdo

A cantora Gal Costa, uma das maiores vozes da música popular brasileira, morreu nesta quarta-feira, aos 77 anos. A cantora tinha apresentação programada para o festival Primavera Sound, no último fim de semana, em São Paulo, mas a participação cancelada. Sua equipe informou que ela precisava se recuperar após cirurgia para retir um nódulo na fossa nasal. Todos os shows foram cancelados até o final de novembro, por recomendação médica.

A cirurgia foi em setembro, após apresentação no festival Coala, em São Paulo, o Coala. Ela tinha programada a turnê ‘As Várias Pontas de uma Estrela’ em dezembro e janeiro. Duas horas antes do anúncio da morte da cantora, o perfil da cantora Gal Costa nas redes sociais publicou um vídeo de um dueto da artista com o cantor Caetano Veloso.

Gal estreou ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e outros, o espetáculo Nós, Por Exemplo…, em agosto de 1964, que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador. O primeiro LP foi lançado em 1967, ao lado do também estreante Caetano Veloso, Domingo, pela gravadora Philips, que posteriormente transformou-se em Polygram (atualmente Universal Music), permanecendo neste selo até 1983.

Deste disco fez grande sucesso a canção “Coração Vagabundo”, de Caetano Veloso. Participou também do III Festival de Música Popular Brasileira defendendo as canções Bom Dia (Gilberto Gil/Nana Caymmi) e Dadá Maria (Renato Teixeira), esta última em dueto com Sílvio César no festival e com Renato Teixeira na gravação.

Em 1968 participou do disco Tropicália ou Panis et Circencis (1968), com as canções Mamãe Coragem (Caetano Veloso e Torquato Neto), Parque Industrial (Tom Zé) e Enquanto seu lobo não vem (Caetano Veloso), além de Baby (Caetano Veloso), o primeiro grande sucesso solo, que se tornou um clássico.

Em 1970 viajou para Londres para visitar Caetano Veloso e Gilberto Gil, exilados pela ditadura militar, e dessa viagem traz algumas músicas incluídas em seu disco seguinte, “Legal”, cuja capa foi produzida por Hélio Oiticica. Do repertório desse trabalho fizeram grande sucesso as músicas “London London” (Caetano Veloso) e “Falsa baiana” (Geraldo Pereira).

Em 1971 grava um compacto duplo importantíssimo em sua carreira, onde estão os grandes sucessos “Sua estupidez” (Roberto e Erasmo Carlos) e “Você não entende nada” (Caetano Veloso).

Em 1973 grava o disco “Índia”, dirigido por Gil, que traz os sucessos “Índia” (J. A. Flores – M. O. Guerreiro – versão José Fortuna) e “Volta” (Lupicínio Rodrigues), e desse disco faz outro show muito bem sucedido, também dirigido por Waly Salomão, “Índia”.

Em 1975 Gal faz imenso sucesso ao gravar para a abertura da telenovela da Rede Globo “Gabriela” a canção “Modinha para Gabriela” (Dorival Caymmi). Desse ano também é o sucesso “Teco teco” (Pereira da Costa – Milton Vilela), lançada em compacto. O grande sucesso da canção de Caymmi motivou a gravação do disco “Gal Canta Caymmi”, lançado em 1976, que traz os hits “Só louco”, “Vatapá”, “São Salvador” e “Dois de fevereiro”, todas de Dorival Caymmi.
Em 1977 Gal lança o disco “Caras & Bocas”, que traz os sucessos “Tigresa” e “Negro Amor”, além da música homônima ao disco que Bethânia e Caetano escreveram para Gal.

Em 2017, Gal lançou um CD e DVD, baseado no show Estratosférica. Em 2018, lançou o elogiado CD, A Pele Do Futuro, a sonoridade do álbum busca remeter ao estilo musical Soul e Disco da década de 1970.

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