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Especialista recomenda fundos multimercados para esperar passar o ‘vendaval’

Especialistas debatem no Safra Invest Day as melhores alternativas para investir após quebra de bancos nos Estados Unidos

Safra Invest Day

Mais de 700 assessores de investimentos acompanham debates no Safra Invest Day | Foto: Ricardo Hara

Os rumos da condução da política monetária nos Estados Unidos ficaram incertos após a quebra dos bancos americanos nos últimos dias. Segundo Ricardo Negreiros, Head da Safra Asset, a preocupação com a inflação alta deu lugar ao temor de uma crise no setor financeiro. Ele falou sobre o cenário para investimentos durante o painel “Desafios de 2023, na visão da Safra Asset”, no  Safra Invest Day. O evento reúne mais de 700 assessores de investimento de todo o País no Pavilhão Pacaembu, em São Paulo.

Sobre os investimentos mais indicados para o momento, Negreiros afirmou que as melhores opções são os fundos multimercados e ativos em renda fixa. “Com juros a 13,75% ao ano, o aumento da migração para a renda fixa é natural, e a Safra Asset também está lançando produtos voltados para esta modalidade, mas a classe de multimercados também é muito boa”, disse.

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Segundo Bruno Bonini, Head de Distribuição e Produtos da Safra Asset, os fundos multimercados foram ofuscados no ano possado pela renda fixa, sendo que foi o melhor ano para este tipo de fundo.

Já sobre os investimentos na Bolsa brasileira, Negreiros é mais cauteloso. Segundo ele, apesar de a Bolsa estar barata, o ideal é esperar o vendaval passar nos Estados Unidos.

“A Bolsa está em níveis atraentes, mas é o momento de comprar? Ainda não. Espera um pouco. É importante ter mais clareza sobre o mercado. O ideal nestes momentos são os fundos multimercados. O Ibovespa está em um valor atraente, mas na hora errada de entrar.”

Crise nos Estados Unidos causa dúvidas sobre rumos dos juros

“O modelo mental do mercado mudou desde a crise financeira em 2008, e depois com a covid-19. Ocorreu transferência muito grande de recursos do privado para o público, aumentando a inflação”, disse Negreiros.

Segundo Negreiros, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) percebeu rápido que inflação alta era persistente e que o remédio seria amago. “O remédio era o aumento dos juros, mas isso tudo se quebra quando se coloca a variável da estabilidade financeira. Diante da crise dos bancos, a inflação vira um problema secundário. Primeiro é preciso não deixar o sistema entrar em colapso”, comentou. No Brasil, ele considera difícil saber se o Banco Central irá afrouxar ou não as taxas de juros.

“Os juros no Brasil são altos porque o risco Brasil é alto. Mas, há espaço para corte dos juros, pois é difícil haver crescimento econômico com os juros atuais, mas no fim do dia, a prova dos 9 é a inflação, que ainda continua alta”, afirmou.

Segundo ele, caso o Fed decida afrouxar os juros americanos, isso irá facilitar o trabalho do Banco Central brasileiro. “O PIB deve crescer 1%, e se o Fed parar de subir a taxa de juros, haverá algum espaço para a queda dos juros no Brasil, mas não tanto.”

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