A parábola da vaca e os novos desafios para investidores

Você já ouviu falar da parábola da vaca? Trata-se de uma metáfora clássica que poderia estar no feed de muitos influenciadores da autoajuda financeira atualmente. Ela fala da importância de sair da zona de conforto e é citada no relatório do Banco Safra para investidores sobre os investimentos no atual momento da economia brasileira. Aqui vai um resumo da parábola citada no Safra Report de outubro: um sábio e seu discípulo encontram uma fazenda caindo aos pedaços enquanto caminham. Indignados com a situação, perguntam ao fazendeiro como ele e sua família vivem naquelas condições. O homem aponta para uma vaca ao fundo da propriedade e diz que ela é único sustento da família. Leite para beber e produzir alguns alimentos, como queijo e iogurte. E só.

Não demorou muito e o sábio ordenou que o discípulo jogasse a vaca no penhasco. Feito. Um ano depois, sábio e o discípulo passam pela mesma fazenda e encontram um cenário diferente, com plantações e muitos animais. O discípulo perguntou ao dono da fazenda como aquilo foi possível. O homem explicou que, sem a vaca, o jeito foi correr atrás de novas opções para sobreviver e acabou encontrando novas formas de sustento.

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Com esse conto podemos fazer um paralelo com o momento de mercado que se aproxima. Daqui para frente, no médio prazo, alguns investidores mais ávidos a ganhos vão precisar deixar a zona de conforto da renda fixa e buscar outras alternativas para ganhar dinheiro, já que o 1% ao mês deixará de ser o leite garantido por alguns investimentos mais conservadores.

Mas, claro, isso vai depender fundamentalmente do perfil de cada um, já que muita gente não flerta com a volatilidade. O fato é que, com o fim do ciclo de aperto monetário e a perspectiva de corte na Selic logo na sequência, será interessante para muitos o garimpo na renda variável num futuro próximo.

As taxas de juros de longo prazo já apontam para um cenário de Selic bem menor. Caso a inflação passe a convergir para 5%, por exemplo, o Banco Central pode começar uma queda agressiva na taxa de juros num futuro não muito distante.

Cabe nos próximos trimestres muita atenção ao comportamento de setores como varejo, construtoras, shoppings e concessões. Todos eles foram impactados negativamente pelo ciclo de alta dos juros nos últimos meses.

O setor de varejo, por exemplo, derreteu 52% desde julho do ano passado, enquanto o Ibovespa caiu 13% no período. Também vale atenção redobrada ao desdobramento dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, nos rumos da economia brasileira pós-eleição e nos preços das commodities, num cenário onde a vaca está à beira de despencar do penhasco.

Num futuro próximo, o garimpo na renda variável será interessante Com o fim do aperto monetário e a perspectiva de corte na taxa Selic, quais seriam os próximos passos do investidor num cenário de juros em queda?

Íntegra do Safra Report de outubro.

Safra Report traz recomendações para cada perfil de investidor

Ultraconservador

Investidores ultraconservadores demonstram baixíssima tolerância às possíveis oscilações nos seus investimentos. Mesmo assim, entendemos que existe espaço para diversificação por meio de Fundos Multimercado. Além disso, aplicações com prazos mais longos têm potencial de gerar retorno adicional para os investimentos, porém com riscos controlados.

Conservador

Investidores conservadores demonstram baixa aceitação às oscilações nas suas carteiras. No entanto, não quer dizer que não tolerem oscilações. Neste sentido, entendemos que existe espaço para a diversificação além da Renda Fixa e Fundos Multimercado, adicionando uma parcela de investimentos em Renda Variável Local e ativos Internacionais e Alternativos.

Moderado

Investidores moderados aceitam oscilações em seus portfólios em prol do maior potencial de retorno. Fundos Multimercados podem ser predominantes na alocação para potencializar a expectativa de retorno esperado. Pensamento de longo prazo é importante para este investidor.

Dinâmico

Investidores dinâmicos aceitam oscilações significativas em seus investimentos em busca de maiores potenciais de retornos. Poderá haver maior exposição à Renda Variável, Alternativos e Internacional, com o objetivo de potencializar retornos
diferenciados. O foco no longo prazo é muito importante para este investidor.