Segunda dose da Janssen reduz internação por ômicron em 85%, diz estudo
Pesquisa na África do Sul mostra eficácia da vacina da Janssen, e um estudo da Fiocruz atesta proteção das vacinas também em quem já teve covid
30/12/2021Duas doses da vacina produzida pela Janssen, o braço farmacêutico da Johnson & Johnson, reduziram em 85% o risco de internação por complicações relacionadas à variante ômicron, conforme mostraram resultados preliminares de estudo conduzido pelo Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul.
A diminuição na necessidade de hospitalização aconteceu entre pacientes que tomaram a injeção de reforço de um a dois meses após a primeira. Nos casos em que o intervalo entre as doses foi de até duas semanas, a redução do risco caiu para 63%. Quando a diferença foi entre 14 e 27 dias, a queda foi de 84%, de acordo com os testes.
Os pesquisadores analisaram a eficácia do imunizante em 69.092 profissionais de saúde que foram vacinados entre 15 de novembro e 20 de dezembro de 2021, quando a ômicron se tornou a variante dominante na África do Sul.
Estudo brasileiro mostra maior imunização em ex-pacientes de covid
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicaram nesta quarta-feira, 29, um estudo sobre vacinas contra covid-19 usadas no Brasil que aumentam a proteção contra covid em quem já teve a doença previamente.
Os pesquisadores avaliaram 22.565 indivíduos acima dos 18 anos que tiveram dois testes de RT-PCR positivos e 68 mil que tiveram teste positivo e depois negativo, entre fevereiro e novembro deste ano.
Segundo o artigo, a vacinação com as duas doses de AstraZeneca, Pfizer e CoronaVac, ou com a dose única da Janssen, foi capaz de reduzir reinfecções sintomáticas e casos graves da doença em quem já havia contraído a covid-19 anteriormente.
A pesquisa mostrou que, quando a vacina requer duas doses, a aplicação da segunda dose de fato elevou o nível de proteção contra reinfecções nos indivíduos estudados.
Principal pesquisador responsável pelo estudo, Julio Croda, da Fiocruz Mato Grosso do Sul, explica que análise contou com a base nacional de dados sobre notificação, hospitalização e vacinação e confirma a necessidade de completar o esquema vacinal mesmo em quem já teve covid-19. (Com agências)