Após nova alta, Safra ajusta projeção da Selic para 5,25%
Elevação da taxa a 3,5% ao ano faz Safra revisar projeção anterior, que era de 4,5%, para o final deste ano. Entenda o ajuste na previsão
06/05/2021A segunda alta seguida na taxa básica de juros da economia brasileira consumada na quarta-feira, 5, fez o Banco Safra ajustar sua projeção de patamar da Selic para o fim de 2021.
Agora, o banco prevê que o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC) deva elevar a Selic a 5,25%.
Na época da elevação do patamar de 2% para 2,75%, que ocorreu em março, o Safra previa a Selic em 4,5% ao final deste ano.
A decisão de quarta-feira era amplamente esperada pelo mercado e antecipada pela comunicação oficial do Banco Central.
Visão do Safra para a Selic
O cenário-base do Safra considera uma velocidade menor na recuperação da economia do que a prevista pelo Banco Central.
Isso inclui um “desempenho ainda hesitante no segundo semestre e persistência da ociosidade no mercado de trabalho”, segundo o Safra.
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O banco também entende que “a melhora do saldo comercial poderá gerar uma valorização da taxa de câmbio”, favorecendo assim também as projeções de inflação.
Para as próximas reuniões, o Safra projeta aumento de 0,75 ponto percentual (junho) e, nas duas reuniões seguintes (agosto e setembro), elevação de 0,5 ponto percentual.
Análise do Safra sobre a decisão da Selic
A decisão do Copom foi baseada na recuperação “mais positiva do que esperado” para a economia no início deste ano e de que a inflação de curto prazo continuará pressionada por choques temporários.
A projeção de inflação do Banco Central está em torno de 5,1% em 2021 e 3,4% em 2022.
A meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2022, a meta é 3,5%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Na visão do Safra, a estimativa de inflação abaixo do centro da meta para o próximo ano confirma a percepção do banco de que não há necessidade de normalização integral da taxa de juros nos próximos trimestres.
O que é a Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
Ela também é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.
O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.