Setor farmacêutico deve apresentar bons resultados sobre o 2º trimestre
No varejo, reajustes de preços combinados com abertura de lojas e alta demanda por antigripais geraram margens melhores
18/07/2022Em um trimestre geralmente positivo em termos de vendas, as empresas do setor farmacêutico com ações negociadas na B3 devem apresentar bons resultados sobre o segundo trimestre.
Em relatório de prévia sobre os resultados, o Banco Safra destaca que, no varejo, os reajustes de preços de abril combinados com a abertura de lojas e a alta demanda por antigripais e anti-inflamatórios resultaram em maiores vendas e melhores margens mesmo em um ambiente inflacionário.
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Nesse cenário, o banco destaca a expectativa de evolução do faturamento da Panvel (PNVL3), estimada em 24%.
Quanto à indústria, a Blau deve ter uma base de comparação difícil em termos de receita quando comparado ao segundo trimestre de 2021, período que foi impactado positivamente pela covid-19.
Confira abaixo as projeções do Safra para o setor farmacêutico.
Projeções balanços setor farmacêutico (2º trimestre) - Banco Safra
Panvel (PNVL3)
A Panvel está no melhor momento de resultados, apresentando forte receita devido à alta demanda por medicamentos (especialmente genéricos – de clientes novos e existentes). Com isso, o Safra espera um aumento de 24% na comparação anual na receita devido ao forte desempenho em medicamentos, serviços e vendas online, o que deve resultar em maior produtividade das lojas, apesar do aumento de 10% no ano no número de lojas. A alavancagem operacional combinada com maior eficiência deve compensar a pressão inflacionária e margens menores das lojas mais novas. Consequentemente, a margem Ebitda deve atingir 5% (aumento de 0,19 pontos percentuais na comparação anual) e o Ebitda deve atingir R$ 51 milhões (aumento de 29% no ano). Assim, a expectativa é de lucro de R$ 28 milhões (alta de 24% no ano).
RaiaDrogasil (RADL3)
Desempenho positivo da receita impulsiona ligeira expansão da margem Ebitda. A receita bruta deve crescer 19% na comparação anual devido ao forte desempenho OTC - principalmente medicamentos para gripe e anti-inflamatórios, serviços (incluindo testes de covid) e abertura de lojas. A expansão da receita líquida deve compensar a pressão inflacionária sobre as despesas e, consequentemente, a margem Ebitda deve crescer 0,12 pontos percentuais no ano, atingindo 8,1%. O Ebitda deve totalizar R$ 599 milhões, alta de 21% na comparação anual, e lucro líquido deve ir a R$ 247 milhões, 6% na comparação anual – pressionado por despesas financeiras.
Pague Menos (PGMN3)
Inflação e novas lojas vêm pressionando margens. A empresa deve apresentar a menor expansão de receita entre as empresas da cobertura (varejo farmacêutico), pois o segundo trimestre de 2021 foi impactado positivamente pelos testes covid que representaram 3% das vendas na época, e no segundo trimestre de 2022 foi mais próximo de zero. Dessa forma, o Safra projeta que as receitas cresçam 9% no ano, suportadas pela abertura de lojas (93 desde o segundo trimestre de 2021). A inflação das despesas e as margens menores das novas lojas devem resultar em uma pressão de cerca de 0,50 pontos percentuais na margem Ebitda: 5,9%. Já o Ebitda deve atingir R$ 132 milhões, com alta de 1% no ano, e lucro de R$ 53 milhões, queda de 30% na comparação anual.
Blau (BLAU3)
Bases comparáveis difíceis em receita e margens sob pressão. O Safra espera uma queda de 2% no faturamento, uma vez que o desempenho positivo de Biológicos foi compensado por vendas mais fracas de Especialidades e Oncológicos. A inflação de custos e um cenário competitivo mais acirrado em Especialidades e Oncológicos – preços mais baixos – resultaram em uma pressão de 7 pontos percentuais na margem bruta. Consequentemente, o Ebitda deve ficar em R$ 120 milhões, uma queda de 20% na comparação anual. O lucro deve atingir R$ 103 milhões, um aumento de 4% no ano devido ao impacto positivo da taxa de câmbio nos resultados financeiros.