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Setor de serviços recua 0,6% após cinco meses de crescimento

Pressionado pelo segmento de transportes, diante da inflação dos combustíveis, setor interrompe ciclo de crescimento, segundo o IBGE

Serviços

Atividade de transportes foi afetada pela pressão dos preços dos combustíveis, que se reflete no preço das passagens aérea e fretes de carga | Foto: Getty Images

O setor de serviços recuou 0,6% na passagem de agosto para setembro e interrompeu uma sequência de taxas positivas nos cinco meses anteriores, período em que acumulou ganho de 6,2%.

Com o resultado de setembro, o setor ainda ficou 3,7% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro do ano passado, mas está 8% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014. Entre junho e agosto, a alta foi de 0,4%.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quatro das cinco atividades investigadas pela pesquisa acompanharam o recuo, com destaque para os transportes (-1,9%), que tiveram a taxa negativa mais acentuada desde abril do ano passado (-19%), diante da pressão de custos de combustíveis.

“O principal impacto negativo nessa queda do setor de serviços veio dos transportes, que foram influenciados pelas quedas no transporte aéreo de passageiros, devido à alta de 28,19% no preço das passagens aéreas, no transporte rodoviário de cargas e também no ferroviário de cargas”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

As outras atividades que recuaram no período foram:

  • Outros serviços (-4,7%)

  • Informação e comunicação (-0,9%)

  • Serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%)

“A queda do setor de serviços se deu de maneira relativamente disseminada. Quando observamos por segmentos, as principais pressões negativas vieram, além do transporte aéreo de passageiros, de serviços financeiros auxiliares, investigado dentro de outros serviços, e de telecomunicações, dentro do setor de serviços de informação e comunicação”, diz o pesquisador.

Ele ressalta que a retração nos serviços financeiros auxiliares é explicada pela criação de uma base de comparação alta.

“A queda da taxa de juros fez com que as pessoas e os investidores institucionais buscassem outras formas de investimento, fugindo da poupança e usando como intermediários financeiros corretoras de títulos e valores mobiliários. Então esses serviços tiveram crescimento de receita bastante expressivo nos últimos anos. A queda desse segmento em setembro se deve a essa base de comparação alta”, diz.

Com a sexta taxa positiva consecutiva, o setor de serviços prestados às famílias (1,3%) foi o único a avançar na passagem de agosto para setembro.

“Esses são justamente os serviços que mais sofreram com os efeitos econômicos da pandemia e têm mostrado algum tipo de fôlego, de crescimento. Com o avanço da vacinação e a flexibilização das atividades econômicas, as pessoas voltam a consumir com maior intensidade serviços de alojamento e alimentação”, afirma Lobo, que destaca que o setor ainda está 16,2% abaixo do patamar pré-pandemia.

Setor de serviços por região

Em setembro, houve recuo em 20 Estados, na comparação com o mês anterior. O maior impacto veio de:

  • São Paulo (-1,6%)

  • Minas Gerais (-1,3%)

  • Rio Grande do Sul (-1,3%)

  • Pernambuco (-2,2%)

  • Goiás (-2,2%)

Já Rio de Janeiro (2,0%), Distrito Federal (2,9%) e Mato Grosso do Sul (3,6%) tiveram as maiores altas.

Frente a setembro do ano passado, o volume de serviços avançou 11,4%, sétima taxa positiva consecutiva.

No ano, o setor acumula ganho de 11,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Já o acumulado em 12 meses atingiu 6,8%, a taxa mais intensa da série histórica, iniciada em dezembro de 2012.

Índice de atividades turísticas

O índice de atividades turísticas avançou 0,8% frente a agosto, quinta taxa positiva consecutiva, acumulando no período ganho de 49,9%.

Apesar do resultado, o segmento de turismo ainda se encontra 20,4% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado, no cenário pré-pandemia.

Dos 12 locais pesquisados, sete tiveram expansão, com destaque para Rio de Janeiro (4,0%), seguido por Santa Catarina (5,7%), Bahia (1,5%) e Goiás (2,5%).

Já os resultados negativos mais importantes do mês foram registrados por São Paulo (-1,7%) e Ceará (-5,2%).

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