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Shell tem mais valor de mercado da história com guerra e nova estratégia

Preço da ação da gigante do petróleo alcança valor três vezes maior do que na época da pandemia, com efeito do petróleo e nova estratégia comercial

Navio da Shell

Ao coletar conchas marinhas para vender a colecionadores no mar Cáspio em 1892, o fundador da empresa se deu conta de que havia potencial de exportar querosene e assim nasceu a Shell | Foto: Divulgação

As ações da Shell atingiram um recorde histórico, impulsionada pelo aumento dos preços da energia e por mudanças estratégicas promovidas pelo novo CEO da gigante do petróleo. Com a nota estratégia de mercado, a empresa alcança grande resiliência dentro da indústria de petróleo e gás, mesmo diante da ameaça representada pelas mudanças climáticas.

Com o ex-CEO Ben van Beurden, a Shell enfrentou os desafios da pandemia global e uma crise climática crescente. A empresa reduziu os dividendos em dois terços e buscou uma rápida mudança para uma energia mais limpa. Mas, à medida que o mundo entrou em lockdown, os preços da energia despencaram e os fluxos de receita tradicionais da Shell secaram.

O novo CEO Wael Sawan, mesmo mantendo o compromisso de emissões líquidas zero até 2050, recalibrou a estratégia da Shell, direcionando o investimento de volta para petróleo e gás. A estratégia é a de proporcionar maiores retornos aos investidores e alavancar as condições atuais do mercado de energia em benefício da empresa.

A estratégia de Sauan parece estar valendo a pena, segundo análises de especialistas. As ações da Shell atingiram hoje a máxima recorde de 2.758 pence em Londres, um contraste gritante com a mínima da era da pandemia de 878,3 pence. Este aumento não é apenas uma prova da confiança dos investidores na liderança de Sawan, mas também reflete a recuperação dos preços da energia, segundo analistas.

Shell nasceu de empresa que coletava conchas marinhas para colecionadores

A multinacional petrolífera britânica com sede em Londres tem como principais atividades a refinação de petróleo e a extração de gás natural. É a terceira maior companhia petrolífera e líder da indústria petroquímica e de energia solar no mundo, além de ser a maior multinacional do planeta em termos de receita.

Pesquisas realizadas em 2019 mostram que a Royal Dutch Shell, com emissões de 31,95 bilhões de toneladas de equivalente CO₂ desde 1965, foi a empresa com a sétima maior emissão do mundo durante esse período.

A origem da marca Shell (que em inglês significa concha) está vinculada às origens da Shell Transport and Trading Company. Em 1833, o fundador da empresa, Marcus Samuel, fundou um importante negócio para vender conchas marinhas a colecionadores de Londres. Ao coletar espécimes de conchas marinhas na zona do mar Cáspio em 1892, ele se deu conta de que havia potencial de exportar querosene desta região e pôs em serviço o primeiro navio construído para transportar petróleo do mundo, o Murex, para entrar neste mercado.

No Brasil, em janeiro de 2010, a Shell e a Cosan integraram-se e formaram a Raízen. Dia 8 de abril de 2015, a Shell anunciou a compra da britânica BG Group por 47 bilhões de libras. O grupo resultante virou um dos principais parceiros da Petrobras na exploração de petróleo em águas profundas.

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