Taxa de juros no rotativo do cartão chega a quase 400% ao ano

Mesmo após o encerramento do ciclo de alta da Selic, hoje em 13,75% ao ano, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito saltou 8,8 pontos percentuais de setembro para outubro, informou nesta segunda-feira, 28, o Banco Central. A taxa passou de 390,7% para quase 400% ao ano, em 399,5%.

O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, cara, mas muito acessada em momentos de dificuldades. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro cedeu no mês, de 185,6% para 184,5% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 89,8% para 95,0%.

Saiba mais

• Petrobras confirma pagamento de dividendos antecipados de R$ 43,6 bilhões
• Os melhores títulos para quem deseja investir em BDRs
• Como operar na bolsa de valores com a segurança da Safra Corretora

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.

A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Taxas de juros poderiam começar a cair em junho de 2023

As incertezas em torno da mudança da atual âncora fiscal e as discussões para tirar o Auxílio Brasil do teto de gastos realimentaram no mercado a discussão sobre o risco de uma política monetária mais apertada no próximo governo – com a postergação de cortes ou mesmo novas altas das taxas de juros.

O início do ciclo de cortes seria em junho de 2023, com os juros chegando a 13,25% no fim do ano que vem (ante os 13,75% atuais). Em declarações recentes, o presidente do BC, Roberto Campos Filho, tem ressaltado que é preciso esperar para ver qual será realmente o plano do novo governo. (AE)