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Telefônica Brasil, dona da Vivo, tem resultados acima do esperado

Com bons números e aprovação da compra da Oi, o banco aumentou o preço-alvo de Telefônica para R$ 59,00

Telefonica

Resiliência da operação móvel e alavancagem operacional acima do esperado foram destaques do balanço | Foto: Getty Images

A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, apresentou bons resultados no quartro trimestre, com EBITDA ligeiramente acima da expectativa do Banco Safra e forte lucro impulsionado por reversão não recorrente de impostos.

Os principais destaques para o Safra foram a expansão mais rápida da rede de fibra, a resiliência da operação móvel e uma alavancagem operacional acima do esperado, com boa eficiência no controle de custos.

A receita líquida da Telefônica foi de R$ 11,5 bilhões no trimestre, alta anual de 2,8% e em linha com a estimativa do banco.

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Já o lucro líquido ajustado no período ficou em R$ 1,220 bilhão, 8% abaixo do número do Safra e baixa anual de 6%, o número reportado pela empresa foi maior, em função principalmente do reconhecimento de crédito fiscal no valor de R$ 1,4 bilhão referente à decisão do STF da inconstitucionalidade da incidência de IRPJ e CSLL sobre as correções na devolução de impostos recolhidos indevidamente.

A Telefônica Brasil também registrou R$ 4,5 bilhões em pagamentos de licença 5G neste trimestre. O Safra destacou que a empresa financiará a aquisição da Oi Móvel com caixa próprio.

Para o banco, a empresa permanece um bom nome para dividendos, encerrando o ano com um total de R$ 6,3 bilhões em pagamentos aos acionistas, representando um dividend yield de 7,7% em 2021 (e 101% de payout), e R$ 496 milhões em recompra de ações.

A companhia também aprovou o novo Programa de Recompra de Ações, com vigência até fevereiro de 2023, e o cancelamento de ações em tesouraria, no valor de 0,8% do capital social.

Na visão do Safra, os resultados da Telefônica foram ligeiramente positivos, pois a empresa continua acelerando sua estratégia de fibra, mantendo a inflexão no negócio fixo, além de mostrar resiliência no móvel.

Com isso, o banco continua ver a Telefônica como uma boa posição defensiva no setor, dado seu bom histórico, forte geração de fluxo de caixa e rendimento de dividendos.

Cade aprovou a venda da Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo

O Cade aprovou a venda do Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo. As maiores mudanças em remédios foram a venda de parte dos ERBs (Estações de Radio Base – Antenas) da Oi, remédio estrutural que foi incluído no novo acordo da semana passada, e a necessidade de cumpri-los antes da conclusão do negócio.

Com a aprovação, o Safra revisou o preço-alvo para a Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo. O banco aumentou o preço-alvo de VIVT3 para R$ 59,00 (de R$ 57,00), após incorporar os ativos da Oi nos números e potencial sinergias decorrentes desses negócios. Além disso, manteve a classificação de compra.

A votação no Cade foi estreita e o presidente do órgão usou seu voto de desempate a favor da venda. O Safra lembrou que o negócio já havia recebido anuência prévia da Anatel na semana anterior.

Remédios propostos pelo Cade para aprovação da venda à Vivo

As soluções propostas incluem a manutenção de uma oferta de referência para serviços nacionais de roaming, compartilhamento de serviços móveis, uma oferta de radiofrequência e a venda de parte dos sites móveis adquiridos (“ERBs”), um remédio estrutural negociado na última semana.

O acordo também propõe a criação de um agente fiduciário para acompanhar a execução dos remédios em condições justas.

Para o Safra, entre as potenciais estruturas de remédios, a venda de sites móveis (ERBs) foi a menos prejudicial para os adquirentes. Embora a venda tenha sido aprovada com os remédios, o conselho decidiu que deveriam ser aplicadas antes da conclusão da operação, que em na estimativa do Banco pode demorar alguns meses dada a eventual venda de parte dos ERBs da Oi.

Segundo o banco, é importante mencionar que já se esperava que a Oi levasse alguns meses para dividir seus ativos entre três entidades separadas a serem vendidas para Claro, Vivo e TIM Brasil, portanto o atraso na operação pode não ser tão relevante.

Apesar disso, o Safra avalia que a aprovação do negócio como muito positiva tanto para a TIM quanto para a Vivo, com a TIM se beneficiando mais da consolidação, pois incorporará cerca de 40% da base de clientes da Oi (contra 29% para Vivo), bem como 54% do espectro total.

Na visão do banco, a necessidade de vender os ERBs antes da conclusão não deve alterar materialmente a potencial sinergia do negócio. Pode reduzir um pouco as sinergias da TIM (que deve adquirir 49% das estações base) e Claro (que deverá adquirir 32% dos sites), e em uma instância menor para a Vivo (que deve adquirir apenas 19% desses ativos).

Para o Safra, as empresas devem absorver a base móvel da Oi dentro dos próximos dois trimestres, tendo como principais benefícios o aumento de receita, diluição de custos e sinergias no 2º semestre de 2022, com impacto total nos resultados de 2023.

No caso da Telefônica Brasil, o impacto da aquisição de parte dos ativos móveis da Oi deve ser menos relevante do que na TIM, porque a Vivo tem cerca de 60% de seus resultados de operações móveis e está adquirindo uma participação menor no capital da operação móvel da Oi.

O banco espera que as receitas de serviços móveis para 2023 cresçam 7%, ou cerca de R$ 2,2 bilhões, enquanto o EBITDA deve aumentar cerca de R$ 1,3 bilhão (+6% do Ebitda consolidado da Vivo), ou cerca de 80bps na margem EBITDA para 2023 (para 42,0%).

Segundo o Safra, a Telefônica deve pagar cerca de R$ 5,5 bilhões pela operação móvel da Oi e assuma cerca de R$ 1 bilhão em obrigações de locação, que também podem diminuir com a venda de sites móveis. As sinergias materiais da diluição do capex devem ocorrer, levando a companhia a gerar cerca de R$ 2 por ação dessa aquisição.

Vale a pena investir em VIVT3? 

  • Líder de mercado no mercado de telecomunicações, com estratégia orientada à qualidade, portfólio premium e bom mix de clientes.
  • A empresa vem apresentando resultados sólidos e positivos, surpreendendo na velocidade e no tamanho das sinergias com a GVT.  
  • Fornece a maior geração de fluxo de caixa livre do setor, devido a uma combinação de alta lucratividade e menor investimento.
  • A empresa pode se beneficiar da mudança na regulamentação brasileira de telecomunicações.

Quais os riscos ao investir em VIVT3? 

  • Como líder em clientes premium, a empresa geralmente cobra tarifas acima de seus concorrentes. Um risco seria a concorrência se tornar mais agressiva nos preços;
  • Outro seria a competição se tornar capaz de aumentar a percepção da proposta de valor/qualidade com os clientes, diminuindo essa vantagem competitiva da Telefônica.

Sobre a Telefônica Brasil (VIVT3) 

A Telefônica Brasil S.A. é a maior empresa de telecomunicações do país, com atuação em âmbito nacional e com um portfólio de produtos completo e convergente (voz fixa e móvel, banda larga fixa e móvel, ultra banda larga, dados e serviços digitais, TV por assinatura e TI).

Com uma estratégia centrada em dados, a Telefônica Brasil possui uma base de ativos única e irreplicável, que contribui para a cobertura de 88,0% da população com rede 4G e presença em 3.100 cidades.

Além disso, a Telefônica Brasil conta com o lançamento acelerado de cidades com a rede 4,5G, mantendo a diferenciação de sua rede em relação aos principais competidores.

Listada na B3, as ações da empresa são negociadas sob o ticker VIVT3.

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