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Compra da Oi deve aumentar em 7% a receita de serviços móveis da Vivo

Maior empresa de telecomunicações do País, a Telefônica tem recomendação de compra para suas ações, com preço-alvo de R$ 59

Fachada de prédio da Telefônica, que vai comprar ativos da Oi, com logo da empresa e da Vivo ao lado

Na visão do Safra, os principais benefícios às compradoras da Oi Móvel serão o aumento de receita, a diluição de custos e sinergias no segundo semestre de 2022 | Foto: Divulgação

O Banco Safra divulgou nesta quinta-feira, 10, análise sobre os possíveis impactos da venda dos ativos da Oi Móvel para a Telefônica Brasil, dona da Vivo.

O relatório deriva da atualização dos modelos do banco para as teles envolvidas no negócio e com ações negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Além da Vivo, a TIM Brasil (TIMS3) também tem papéis na Bolsa.

Com a aprovação da compra pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Safra manteve o rating de compra para os papéis VIVT3. Porém, elevou o preço-alvo (potencial) de R$ 57 para R$ 59.

Benefícios à Vivo com a compra dos ativos da Oi

Nos modelos atualizados de análise, o Safra assume que Vivo, Claro e TIM Brasil devem absorver a base móvel da Oi dentro dos próximos dois trimestres.

Os principais benefícios serão o aumento de receita, a diluição de custos e sinergias no segundo semestre de 2022, com impacto total nos resultados de 2023.

No caso da Telefônica, o impacto da aquisição de parte dos ativos móveis da Oi deve ser menos relevante do que na TIM.

Isso porque a Vivo tem cerca de 60% de seus resultados de operações móveis e está adquirindo uma participação menor no capital da operação móvel da Oi.

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Sendo assim, o banco espera que as receitas de serviços móveis para 2023 cresçam 7%, ou cerca de R$ 2,2 bilhões.

Enquanto isso, o Ebitda deve aumentar cerca de R$ 1,3 bilhão (+6% do Ebitda consolidado da Vivo), ou cerca de 80 bps (pontos-base) na margem Ebitda para 2023 (para 42%).

Além disso, o Safra projeta que a Telefônica pague cerca de R$ 5,5 bilhões pela operação móvel da Oi e assuma cerca de R$ 1 bilhão em obrigações de locação (que também podem diminuir com a venda de sites móveis).

Adicionalmente, o banco espera ver sinergias materiais da diluição do Capex, levando a companhia a gerar cerca de R$ 2 por ação dessa aquisição.

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Remédios propostos

A votação no Cade foi estreita e o presidente do órgão usou seu voto de desempate a favor da venda. O negócio já havia recebido anuência prévia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na semana anterior.

As soluções propostas para que o negócio não configure uma concentração de mercado incluem:

  • Manutenção de uma oferta de referência para serviços nacionais de roaming;

  • Compartilhamento de serviços móveis;

  • Uma oferta de radiofrequência;

  • Venda de parte dos sites móveis adquiridos (ERBs).

O acordo também propõe a criação de um agente fiduciário para acompanhar a execução dos remédios em condições justas.

O Safra acredita que entre as potenciais estruturas de remédios, a venda de ERBs, foi a menos prejudicial para os adquirentes.

Embora a venda tenha sido aprovada com os remédios, o conselho decidiu que deveriam ser aplicadas antes da conclusão da operação, que segundo estimativa do Safra, pode demorar alguns meses.

O banco destaca que que já se esperava que a Oi levasse alguns meses para dividir seus ativos entre três entidades separadas a serem vendidas para Claro, Vivo e TIM Brasil. Portanto, o atraso na operação pode não ser tão relevante.

Venda de ERBs

De forma geral, o Safra vê a aprovação do negócio envolvendo a Oi como muito positiva tanto para a TIM quanto para a Telefônica (Vivo).

Porém, a TIM deve se beneficiar mais da consolidação, pois incorporará cerca de 40% da base de clientes da Oi (contra 29% para Vivo), bem como 54% do espectro total.

Na visão do Safra, a necessidade de vender os ERBs antes da conclusão não deve alterar materialmente a potencial sinergia do negócio.

No entanto, esse fator pode reduzir um pouco as sinergias da TIM (que deve adquirir 49% das estações base) e Claro (que deverá adquirir 32% dos sites), e em uma instância menor para a Vivo (que deve adquirir apenas 19% desses ativos).

Vale a pena investir na Vivo? 

  1. Líder de mercado no mercado de telecomunicações, com estratégia orientada à qualidade, portfólio premium e bom mix de clientes;

  2. A empresa vem apresentando resultados sólidos e positivos, surpreendendo na velocidade e no tamanho das sinergias com a GVT;

  3. Fornece a maior geração de fluxo de caixa livre do setor, devido a uma combinação de alta lucratividade e menor investimento;

  4. A empresa pode se beneficiar da mudança na regulamentação brasileira de telecomunicações.

Quais os riscos ao investir em VIVT3? 

  1. Como líder em clientes premium, a empresa geralmente cobra tarifas acima de seus concorrentes. Um risco seria a concorrência se tornar mais agressiva nos preços;

  2. Outro seria a competição se tornar capaz de aumentar a percepção da proposta de valor/qualidade com os clientes, diminuindo essa vantagem competitiva da Telefônica.

Sobre a Telefônica Brasil (Vivo)

A Telefônica Brasil S.A. é a maior empresa de telecomunicações do país, com atuação em âmbito nacional e com um portfólio de produtos completo e convergente (voz fixa e móvel, banda larga fixa e móvel, ultra banda larga, dados e serviços digitais, TV por assinatura e TI).

Com uma estratégia centrada em dados, a Telefônica Brasil possui uma base de ativos única e irreplicável, que contribui para a cobertura de 88,0% da população com rede 4G e presença em 3.100 cidades.

Além disso, a Telefônica Brasil conta com o lançamento acelerado de cidades com a rede 4,5G, mantendo a diferenciação de sua rede em relação aos principais competidores.

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