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TIM Brasil deve ser a principal beneficiada com a venda da Oi

Referência de ultra banda larga e em cobertura 4G, a TIM tem classificação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 20,80

Torre de telecomunicações à esquerda, em cima de morro, com vista para cidade ao fundo, alusivo à venda de ativos da Oi para a TIM Brasil

A TIM vai incorporar cerca de 40% da base de clientes da Oi (contra 29% para Vivo), bem como 54% do espectro total | Foto: Getty Images

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda da Oi Móvel para Claro, TIM Brasil e Telefônica (Vivo).

As maiores mudanças foram a venda de parte dos ERBs (Estações de Radio Base – Antenas) da Oi, remédio estrutural para evitar concentração de mercado que foi incluído no novo acordo da semana passada, e a necessidade de cumpri-los antes da conclusão do negócio.

Após a aprovação, o Banco Safra atualizou suas perspectivas para as teles com ações negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira.

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Sobre a TIM Brasil, a instituição manteve a recomendação de compra para os papéis TIMS3 e revisou o preço-alvo R$ 20,80 (de R$ 18).

A nova análise para a TIM incorpora os ativos da Oi e o potencial de sinergias decorrentes da operação.

Remédios propostos

A votação no Cade foi estreita e o presidente do órgão usou seu voto de desempate a favor da venda. O negócio já havia recebido anuência prévia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na semana anterior.

As soluções propostas para que o negócio não configure uma concentração de mercado incluem:

  • Manutenção de uma oferta de referência para serviços nacionais de roaming;

  • Compartilhamento de serviços móveis;

  • Uma oferta de radiofrequência;

  • Venda de parte dos sites móveis adquiridos (ERBs).

O acordo também propõe a criação de um agente fiduciário para acompanhar a execução dos remédios em condições justas.

O Safra acredita que entre as potenciais estruturas de remédios, a venda de ERBs, foi a menos prejudicial para os adquirentes.

Embora a venda tenha sido aprovada com os remédios, o conselho decidiu que deveriam ser aplicadas antes da conclusão da operação, que segundo estimativa do Safra, pode demorar alguns meses.

O banco destaca que que já se esperava que a Oi levasse alguns meses para dividir seus ativos entre três entidades separadas a serem vendidas para Claro, Vivo e TIM Brasil. Portanto, o atraso na operação pode não ser tão relevante.

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Venda da Oi é positiva para a TIM Brasil

De forma geral, o Safra vê a aprovação do negócio envolvendo a Oi como muito positiva tanto para a TIM quanto para a Telefônica (Vivo).

Porém, a TIM deve se beneficiar mais da consolidação, pois incorporará cerca de 40% da base de clientes da Oi (contra 29% para Vivo), bem como 54% do espectro total.

Na visão do Safra, a necessidade de vender os ERBs antes da conclusão não deve alterar materialmente a potencial sinergia do negócio.

No entanto, esse fator pode reduzir um pouco as sinergias da TIM (que deve adquirir 49% das estações base) e Claro (que deverá adquirir 32% dos sites), e em uma instância menor para a Vivo (que deve adquirir apenas 19% desses ativos).

Em seu modelo de análise, o Safra assume que as empresas devem absorver a base móvel da Oi dentro dos próximos dois trimestres, tendo como principais benefícios o aumento de receita, diluição de custos e sinergias no 2º semestre de 2022, com impacto total nos resultados de 2023.

No caso da TIM, o Safra espera um aumento de R$ 2,7 bilhões nas receitas de serviço móvel para 2023 (aumento de 15% em relação aos números anteriores), e aumento do Ebitda de R$ 1,8 bilhão (aumento de 18,7%), levando a margem Ebitda a melhorar em 190 bps (pontos-base)

Por outro lado, a TIM deve pagar cerca de R$ 7,3 bilhões pela operação. Sendo assim, o Safra assume que cerca de R$ 2 bilhões devem ser desembolsados em obrigações de arrendamento dos sites móveis (que podem mudar, pois parte deles pode ser vendida para outros players).

Por fim, o banco ressalta que, além do aumento do Ebitda, o fluxo de caixa livre operacional (Ebitda menos Capex) pode crescer ainda mais, em cerca de R$ 1,4 bilhão em 2023.

Isso considerando que os celulares dos clientes da Oi devem usar a capacidade instalada da TIM, exigindo, portanto, Capex.

Vale a pena investir na TIM Brasil?

  1. Consolidação de mercado é uma oportunidade para a TIM Brasil;

  2. Possibilidade de novos movimentos de M&A, a partir da venda de alguns players de infraestrutura.

Quais são os riscos de TIMS3?

  1. Piora do ambiente competitivo;

  2. Deterioração das condições macroeconômicas;

  3. Riscos regulatórios e tecnológicos (mudança do cenário da indústria ou antecipação dos ciclos de investimentos).

Sobre a TIM Brasil

A TIM é, desde 2015, líder em cobertura 4G no País e referência como player de ultra banda larga móvel e fixa. 

Ao longo dos últimos anos, a TIM modernizou seus equipamentos e realizou aquisições – como a Intelig, em 2009, e a AES Atimus, em 2011 – reforçando seu compromisso com qualidade e acessibilidade.

Telefonia móvel, fixa e acesso à internet via modem, tablet, celular, além da ultra banda larga fixa, são os serviços que fazem parte do portfólio da empresa.

A companhia foi a primeira do mercado a apostar em novos formatos de ofertas, como a tarifação por dia de uso para voz e internet móvel ou a cobrança mensal dos planos via cartão de crédito.

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