Temporada de balanços mostra piora de resultados das empresas brasileiras
Levantamento feito pelo Banco Safra mostra que 34,6% dos resultados vieram acima do esperado, 19,6% deles em linha e 45,8% piores que o esperado
05/04/2023Os balanços financeiros divulgados pelas empresas brasileiras referentes ao quarto trimestre revela um quadro mais negativo que o trimestre anterior, segundo um levantamento feito pelo Banco Safra. O cenário foi também pior do que previam as projeções dos analistas do banco. Segundo o documento, 34,6% dos resultados vieram acima do esperado, 19,6% deles em linha e 45,8% piores. No levantamento anterior, relativo aos balanços do terceiro trimestre, 34,8% dos resultados foram melhores que o esperado, 28,3% vieram em linha e 37% piores.
O 4º trimestre mostrou crescimento de 8,8% na receita e 10,6% do lucro líquido das empresas em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo o relatório. Excluindo Vale e Petrobras, a receita cresceu 7,1%, enquanto o EBITDA e o Lucro Líquido caíram 17,8% e 14,5%, respectivamente, também na comparação anual. O crescimento da receita foi 7,1% acima da expectativa dos analistas do Safra, sendo considerado uma surpresa positiva. Em compensação, o EBITDA ficou 1,6% abaixo da expectativa e o lucro, 1,3% pior.
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Das 107 empresas analisadas, 18,7% apresentaram prejuízo no quarto trimestre – no terceiro trimestre o porcentual foi menor, de 11,9%. 54,2% dos resultados vieram acima ou em linha com o esperado pelo Safra no quarto trimestre – contra 63% no terceiro trimestre.
Íntegra do relatório do Safra sobre os balanços do quarto trimestre.
Balanços das empresas cobertas pelo Safra mostram expansão da receita e lucro líquido
O quarto trimestre de 2022 das empresas cobertas pelo Safra mostrou expansão anual de receita e lucro líquido. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, os balanços mostram alta de 8,8% na receita e 10,6% no lucro em relação ao quarto trimestre de 2021. No terceiro trimestre os resultados foram 17,4% e 39,1%, respectivamente.
O bom desempenho na comparação anual é explicado pela performance positiva das empresas de Petróleo e Gás (setor se beneficiando de maiores preços médios da matéria prima no período em relação ao ano anterior), de Transportes (boa capacidade de repasse de custos em JSL, pelos benefícios da retomada da produção de veículos em Tegma e por uma boa performance do setor de locação de veículos pesados em Vamos) e Farmácias (mais uma vez impulsionado por abertura de lojas, melhora de produtividade das lojas existentes e
expansão de margens).
Os destaques negativos do trimestre foram Saúde (por conta de alta inflação médica, sazonalidade do quarto trimestre voltando à normalidade e despesas financeiras mais altas por alavancagem elevada), Construtoras (por uma alta representatividade de desenvolvimentos realizados durante o período de inflação mais pressionada afetando algumas empresas de baixa renda e a taxa de juros elevada retirando capacidade de compra, levando algumas empresas a reduzirem os preços de vendas para aumentar a velocidade de vendas, gerando menor lucratividade) e Alimentos e Bebidas (com o processo de normalização das margens de lucro em proteínas).
Íntegra do relatório do Safra sobre os balanços do quarto trimestre.