Trem São Paulo-Campinas fica com grupo chinês e operadora do metrô de BH
Consórcio vencedor, ligado à família Constantino, da Gol, foi o único a fazer oferta no leilão realizado nesta quinta-feira, 29, na B3
28/02/2024O leilão de concessão de implementação da linha de trem expresso entre as cidades de São Paulo, Jundiaí e Campinas foi vencido pelo grupo Comporte e a chinesa CRRC (consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos).
O grupo vencedor foi o único a fazer oferta no leilão realizado nesta quinta-feira, 29, na B3. A Parceria Público-Privada (PPP) prevê também criar uma linha que interligue Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas, no interior paulista, assim como mudanças na Linha 7-Rubi, da CPTM.
O consórcio ofereceu 0,01% de desconto na contraprestação que será paga pelo governo do Estado, cujo teto era de R$ 8,5 bilhões.
O grupo Comporte é ligado à família Constantino (da Gol), sendo atualmente responsável pela operação do VLT da Baixada Santista, que liga São Vicente a Santos, e do Metrô BH, entre outras atividades no ramo de transportes. A chinesa CRRC é uma das maiores fornecedoras internacionais de equipamentos ferroviários.
O governo será responsável por pagar cerca de R$ 9 bilhões dos R$ 13,5 bilhões a serem investidos em infraestrutura. Parte dos recursos estaduais será oriunda de empréstimo de R$ 6,4 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O Governo do Estado de São Paulo realiza nesta quinta-feira (29) o leilão da PPP do Trem Intercidades (TIC), entre São Paulo e Campinas. O certame vai ocorrer às 10h, na sede da B3, em São Paulo. A concessão prevê a operação do trem de passageiros, entre o centro da capital paulista e Campinas.
O certame é uma das prioridades da gestão do governador Tarcísio de Freitas e faz parte da lista de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) divulgada pelo governo federal.
A expectativa do governo paulista é que a implementação do Trem Intercidades (TIC) Eixo Norte vai possibilitar o transporte de quase 550 mil pessoas por dia no primeiro ano de operação completa do empreendimento.
A empresa vencedora do leilão também passará a ser responsável pela Linha 7-Rubi, atualmente sob gestão da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM), ligando a estação Barra Funda a Jundiaí e passando por 17 estações. Na nova versão do projeto, o valor total do investimento previsto subiu de R$ 12,8 bilhões para R$ 13,5 bilhões.
Trem São Paulo-Campilas deve funcionar a partir de 2029
O trem de passageiros, quando pronto, terá dois serviços. O primeiro (que deverá ficar pronto em 2029) prevê uma viagem com paradas, que deverá demorar cerca de 93 minutos.
O corredor será formado pela linha 7-Rubi da CPTM, já em operação entre o centro da capital e Jundiaí, e uma extensão até Campinas, a ser construída.
Na segunda linha (que deve ficar pronto até 2031), será oferecida uma viagem expressa de São Paulo a Campinas, com parada apenas em Jundiaí, em um trajeto de cerca de 64 minutos.
Em paralelo, haverá uma linha exclusiva para carga, da concessionária federal MRS. Hoje, a empresa divide com a CPTM os trilhos entre São Paulo e Jundiaí.
Em 2022, a companhia firmou com o governo federal a renovação antecipada de sua concessão em troca de investimentos, sendo o principal deles justamente a obra que vai viabilizar o TIC, que é basicamente a separação das linhas de carga e de passageiros. A ideia é que a MRS construa uma nova rota entre a capital e Jundiaí, liberando a outra linha para que seja exclusivamente de passageiros. (Valor Econômico)