UE se compromete a reduzir emissões em 55% até 2030
O objetivo é cumprir a meta com o corte das emissões de setores poluentes, em vez de depender de florestas e pântanos
21/04/2021
Compromisso de reduzir a emissão de CO2 agora é lei e vai priorizar a redução das atividades poluentes nos países da UE| Foto: Getty Images
Integrantes da União Europeia chegaram a um acordo para estabelecer, por lei, o compromisso do bloco de tornar-se neutro para o clima até 2050 e de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em pelo menos 55% até 2030.
Com essas negociações feitas ontem a UE se adianta à Cúpula do Clima convocada pelos Estados Unidos para quinta-feira, 22, para discutir medidas de proteção ao meio ambiente.
‘Caminho verde’ para a próxima geração
“Nosso compromisso político de ser o primeiro continente neutro em emissões agora é também um compromisso legal”, disse, em comunicado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acrescentando que a lei coloca o bloco “no caminho verde para a próxima geração”.
Já o ministro do Ambiente e Ação Climática de Portugal, João Pedro Matos Fernandes, afirmou que a UE está “firmemente empenhada” em cumprir compromissos ambientais nas próximas décadas.
“Hoje, podemos nos orgulhar de ‘escrever na pedra’ uma meta climática ambiciosa que pode obter o apoio de todos”, disse o ministro português em nota.
‘Sinal contundente para o mundo’
Fernandes ressaltou que os vinte e sete estados-membros enviam, por meio deste acordo, “um sinal contundente para o mundo”.
Durante a reunião realizada na terça-feira, 20, a Comissão Europeia alegou que a redução deveria ser de “pelo menos 55%”. O Parlamento Europeu defendia que a meta fosse de 60%. O acordo foi fechado em 55%.
Corte de poluentes é principal estratégia
O objetivo é garantir que a meta seja cumprida cortando as emissões de setores poluentes, em vez de depender da remoção de CO2 da atmosfera por meio de florestas e pântanos, que absorvem carbono.
O acordo prevê ainda a criação de um “Conselho Científico Europeu sobre Mudanças Climáticas”, que será independente e composto por 15 especialistas de renome de diferentes nacionalidades.
O grupo terá de fornecer pareceres e relatórios científicos sobre a efetividade das medidas adotadas e sua conformidade com a legislação climática europeia e com os compromissos firmados pelo Acordo de Paris.
“Este é um momento marcante para a UE. Chegamos a um acordo para transformar nossa meta de neutralidade climática em legislação vinculativa, como um guia para nossas políticas para os próximos 30 anos”, disse o vice-presidente da Comissão, Frans Timmermans, em um comunicado. (AE).

