Pacote fiscal é bem recebido pelo mercado; Bolsa sobe e dólar cai a R$ 5,09

O mercado financeiro recebeu bem o novo arcabouço fiscal anunciado pelo governo e o Ibovespa subiu 1,89%, fechando o dia em 103.713 pontos. O dólar caiu 0,73% e fechou cotado a R$ 5,09, a quinta sessão seguida de queda.

As novas regras fiscais vão limitar o crescimento dos gastos em até 70% da variação da receita primária apurada em 12 meses. Além disso, foi criado um mecanismo de ajuste para o crescimento das despesas caso a arrecadação não seja com o planejado.

Para o estrategista do Banco Safra, Cauê Pinheiro, o pacote fiscal foi melhor do que o esperado pelo mercado, pois, trouxe um pouco mais de previsibilidade das contas públicas. “O arcabouço fiscal foi bem recebido pelo mercado. Traz um pouco mais de previsibilidade para a situação fiscal do país. Além de limitar o crescimento de despesas e sinalizar equilíbrio fiscal no médio prazo’, disse Pinheiro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também garantiu que arcabouço fiscal não terá ‘brecha’ para o aumento das despesas no Orçamento da União. Isso porque, a definição do percentual de crescimento do déficit é estipulado pela receita apurada de julho a julho, período anterior ao definição do projeto da lei orçamentária.

“Vamos ampliar o espaço na economia para dar sustentabilidade às contas públicas, pois, as demandas sociais precisam ser atendidas com responsabilidade. Com isso, vamos projetar a despesa na razão de 70% da receita já realizada”, disse Haddad na apresentação do arcabouço fiscal.

Para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, as novas regras são críveis, factíveis, flexíveis e devem gerar a previsibilidade que o governo e a sociedade anseiam.

“Vamos diminuir as despesas dentro do possível, mas isto não é o foco principal. O foco principal é a qualidade do gasto público”, disse Tebet.

Com isso, o Ibovespa, que começou a semana operando abaixo do patamar de 100 mil pontos, subiu forte e superou os 103 mil pontos. A Bolsa evoluiu 1,89%, aos 103.713 pontos, depois de oscilar entre 101.795 e 104.085 pontos. O volume de negócios foi de R$ 23,8 bilhões.

O desempenho da sessão fez o índice acumular alta de 4,99% na semana e queda de 1,16% no mês. No ano, a Bolsa perde 5,49%.

Já o dólar fechou em queda de 0,73%, vendido a R$ 5,09, depois de oscilar entre R$ 5,07 e R$ 5,15. Com o desempenho a moeda americana acumula perdas de 2,46% no mês e de 3,45% no ano.

Entre as maiores altas do dia estão Dexco, que subiu 8,21%, Rede D’or, 8,57%, CVC, 8,28%, Usiminas, 7,32% e Yduqs, 6,90%.

Já os piores desempenhos foram de Natura, que recuou 2,44%, Minerva, 1,93%, Hypera, 1,52%, SLC Agrícola, 1% e BB Seguridade, que caiu 0,64%.

Resumo do pregão

14h12 Dólar volta ao terreno positivo e recua 0,57%, vendido a R$ 5,10. Ibovespa acelera alta e sobe 1,63%, aos 103.454 pontos.

11h15 Bolsa reduz ganhos e perde os 103 mil pontos. Ibovespa sobe 1,17%, aos 102.898 pontos. Já o dólar vira para alta e sobe 0,18%, vendido a R$ 5,15.

10h55 Ibovespa segue acelerando e neste momento avança 1,83%, aos 103.654 pontos. Dólar se mantém no campo negativo e recua 0,49%, vendido a R$ 5,11.

10h26 O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu ao ritmo anualizado de 2,6% no quarto trimestre de 2022, de acordo com dados finais publicados nesta quinta-feira, 30, pelo Departamento de Comércio do país.

O resultado ficou abaixo da estimativa anterior e da projeção de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de alta de 2,7% em ambos os casos.

No terceiro trimestre, o PIB americano havia mostrado expansão anualizada de 3,2%. Em todo o ano de 2022, o PIB real dos EUA avançou 2,1% ante 2021, confirmado estimativas anteriores.

O Departamento do Comércio informou também que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 3,7% no quarto trimestre, como havia sido estimado há cerca de um mês, enquanto o núcleo do PCE avançou 4,4%, um pouco acima do cálculo anterior, de 4,3%.

O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve, ou Fed, como é conhecido o banco central dos EUA. (AE)

10h10 O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, dispara na abertura e supera os 103 mil pontos. O mercado aguarda o anúncio da nova ancoragem fiscal do braisl e com isso, o índice sobe, neste momento, 1,49%, aos 103.304 pontos. No dia anterior, subiu 0,60%, aos 101.792 pontos, depois de oscilar entre 100.247 e 102.213 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 20,20 bilhões. O resultado fez o índice acumular alta de 3% na semana e queda de 2,99% no mês. No ano, a Bolsa perde 7,24%.

Já o dólar se mantém em trajetória de queda. Moeda americana recua 0,50% e é vendida a R$ 5,10.

9h15 O dólar abriu em baixa firme, em dia de anúncio do novo arcabouço fiscal. A moeda americana recua 0,85%, sendo cotada a R$ 5,09.

No dia anterior, o dólar teve queda de 0,58%, cotada a R$ 5,13. Com o resultado, a moeda passou a acumular perdas de 1,73% no mês e de 2,72% no ano.

Segundo Luana Nunes, analista de Research do Safra, a moeda americana vem acelerando as quedas e o suporte estimado no início da semana de R$ 5,150 foi batido no pregão de ontem.

“O dólar vai buscar a faixa dos R$ 5. O cenário é de queda para os próximos dias”, disse Nunes, durante o programa Radar Safra desta quinta-feira-30.

O mercado está ansioso pelo anúncio do novo arcabouço fiscal. Hoje, pela manhã, será apresentando as novas regras fiscais pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.

O texto irá propor zerar o déficit público da União em 2024, atingir um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e de 1% em 2026 − ano em que a trajetória da dívida pública também deve se estabilizar.