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França diz ‘não definitivo’ à aquisição do Carrefour

Ministro das Finanças cita "soberania alimentar do povo francês” e reforça objeção à proposta de compra por gigante canadense

Fachada de loja Carrefour, destaque para o logo

Rede é a maior empregadora do setor privado da França, e sua venda preocupa o governo | Foto: AE

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, reiterou a posição do governo de rejeição à proposta de compra do Carrefour pelo grupo canadense Alimentation Couche-Tard.

De acordo com o Finacial Times, Le Maire reforçou a mensagem que havia passado anteriormente em entrevista à BFM TV, nesta sexta-feira, 15.

“Minha resposta é extremamente clara: não somos a favor do acordo. O não é educado, mas é um não claro e definitivo”, disse o ministro.

À BMF TV, Le Maire afirmou que o governo tem “o instrumento jurídico disponível” para barrar o negócio. Ele, no entanto, disse que prefere não usar um dispositivo legal para isso.

A proposta de aquisição do Carrefour feita pela Couche-Tarde é de 16,2 bilhões de euros (cerca de R$ 103 bilhões).

A união das duas gigantes criaria uma empresa de mais de 50 bilhões de euros em valor de mercado e seria a terceira maior rede de supermercados do planeta. À frente ficariam apenas a estadunidense Walmart e a alemã Schwarz Group.

O Carrefour é uma das principais redes varejistas da Europa, com 2 mil supermercados, além de 700 hipermercados no continente.

Carrefour é estratégico

Na última quarta-feira, 13, Le Maire expressou, em uma entrevista, objeção ao negócio de compra do Carrefour, que é francês, por um grupo estrangeiro.

Na oportunidade, o ministro disse que “o que está em jogo aqui é a soberania alimentar do povo francês”.

Le Maire acrescentou que o Carrefour é o maior empregador do setor privado da França e, assim como outras grandes redes de supermercados, desempenha um papel importante na distribuição de alimentos dentro do país.

A reportagem do Financial Times afirma que, pela lei francesa, o governo pode analisar e deliberar sobre propostas de compra de empresas nacionais, caso a área de atuação seja estratégica.

Nos últimos anos, segundo a publicação, a França incluiu a “segurança alimentar” entre os setores que se enquadram nessa lei, que abrange também os segmentos “energia”, “águas” e “telecomunicações”.

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