Construtora mais endividada do mundo, Evergrande retoma obras

O grupo de construção mais endividado do mundo, a chinesa Evergrande, informou que retomou cerca de 90% das obras paradas após a crise financeira causada pelo excesso de débitos. De acordo com a empresa, o plano é entregar 39 mil unidades neste mês de dezembro, o que seria um avanço frente às menos de 10 mil unidades mensais entregues nos últimos três meses.

A Evergrande deve mais de US$ 300 bilhões. O risco de quebra da gigante do mercado imobiliário causou turbulências no mercado global, com o temor de que se transformasse em um efeito cascata na China, abalando outras empresas e afetando fornecedores e instituições financeiras.

A promessa da empresa foi feita um dia depois de o principal regulador imobiliário da China ter dito à Agência de Notícias oficial Xinhua que o governo encontraria uma saída para os riscos decorrentes da entrega em atraso de propriedades residenciais por algumas das principais incorporadores do país.

Wang Menghui, chefe do Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural chinês, também disse à agência que o país manterá suas políticas imobiliárias consistentes e estáveis.

Governo chinês cita Evergrande e garante que não vai usar setor imobiliário para estimular a economia

A China não usará o setor imobiliário como ferramenta para estimular a economia no curto prazo e continuará a reprimir o investimento especulativo, relatou a Xinhua.

Em vez disso, o país asiático criará um mecanismo para promover o desenvolvimento a longo prazo do setor imobiliário, mantendo estabilidade nas expectativas do mercado.

Segundo o dirigente do Ministério da Habitação, os fundamentos do mercado imobiliário da China não mudaram, com a demanda de compra de casas permanecendo robusta, com um ritmo ainda acelerado de urbanização e também a necessidade de melhorar as condições de habitação impulsionada pela pandemia da covid-19. (AE)