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Rússia invade a Ucrânia e inicia guerra; preço do petróleo sobe

Presidente da Rússia Vladmir Putin prometeu retaliação a quem interferir na operação russa na Ucrânia; guerra já fez preço do petróleo passar de US$ 100

Tanques russos

Militares ucranianos no leste da Ucrânia: governo do país citou pelo menos oito mortos pelo bombardeio russo nesta manhã | Foto: AP/Estadão Conteúdo

A Rússia invadiu a Ucrânia nesta quinta-feira, 24, e iniciou bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e outras cidades no centro e no leste depois do país de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas do leste do país, segundo o ministério da Defesa da Rússia.

O governo ucraniano citou pelo menos oito mortos pelo bombardeio russo nesta manhã. Foram registradas explosões nas cidades portuárias de Kiev e Mariupol. No começo da manhã, no horário local, sirenes antiaéreas soaram nas cidades de Kiev e Lviv, numa cena rara na Europa desde o fim da 2ª Guerra.

O Ministério da Defesa russo garante ter destruído a capacidade de defesa antiaérea da Ucrânia, bem como parte de seus jatos na operação e negou que seus militares estivessem realizando ataques contra cidades ucranianas.

“Armas de alta precisão estão tornando inoperantes a infraestrutura militar do Exército ucraniano, sistemas de defesa aérea, pistas e jatos das forças aéreas”, disse a pasta.

A Bolsa de Moscou suspendeu as negociações em todos os seus mercados “até novo aviso”. Na volta de um feriado no Japão, o índice Nikkei caiu 1,81% em Tóquio hoje, a 25.970,82 pontos, enquanto o Hang Seng sofreu tombo de 3,21% em Hong Kong, a 22.901,56 pontos, o sul-coreano Kospi teve queda de 2,60% em Seul, a 2.648,80 pontos, e o Taiex registrou baixa de 2,55% em Taiwan, a 17.594,55 pontos. Na China continental, o Xangai Composto recuou 1,70%, a 3.429,96 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve perda ainda mais expressiva, de 2,36%, a 2.282,44 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana sofreu hoje sua maior queda em um único pregão desde setembro de 2020, em meio às tensões no Leste Europeu. O S&P/ASX 200 caiu 2,99% em Sydney, a 6.990,60 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.

Sienes soaram em Kiev em alerta sobre os ataques da Rússia à Ucrânia

Os ucranianos dizem ter derrubados cinco caças russos e um helicóptero durante os bombardeios, o que Moscou negou. O comandante-chefe das forças armadas ucranianas, o general Valery Zaluzhni, disse que a ordem do presidente Volodmir Zelenski era a de infligir o máximo de baixas aos militares russos que invadirem o país. Sirenes soaram em Kiev e Lviv para alertar a população dos ataques, e muitos se refugiaram em bunkers em estações de metrô.

Autoridades ucranianas dizem que tropas russas desembarcaram em Odessa e na Crimeia enquanto outras estão cruzando a fronteira para Kharkiv. O serviço de emergência estatal da Ucrânia diz que ataques foram lançados contra 10 regiões ucranianas, principalmente no leste e sul do país. Pelo menos sete ataques aéreos “poderosos” no aeroporto Vasilkovsky nos arredores de Kiev, onde os caças-bombardeiros militares da Ucrânia são mantidos.

Em terra, na fronteira da Ucrânia com Belarus, tanques russos foram vistos entrando no território ucraniano, segundo a guarda fronteiriça ucraniana. A Rússia tem 30 mil homens no país vizinho e Kiev fica a cerca de 150 km da fronteira.

No leste, separatistas apoiados pela Rússia disseram que lançaram uma ofensiva na cidade de Shchastia, controlada pela Ucrânia, na Província de Luhansk, disse a agência de notícias russa Interfax.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, fez um novo pronunciamento à nação ainda nesta madrugada. “Nós somos fortes, estamos preparados para tudo e vamos vencer”, declarou. Ele também disse que vai permanecer em sua residência o quanto for possível. Pouco depois do ataque, seu governo declarou lei marcial em todo o território ucraniano.

“A Rússia lançou uma invasão em larga escala da Ucrânia e está atacando cidades com armas, disse o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, em um tuíte nesta quinta-feira. O chanceler disse que a Ucrânia precisa de armas e ajuda humanitária para responder à agressão russa.

“Putin acaba de lançar uma invasão em grande escala da Ucrânia. Cidades pacíficas ucranianas estão sob greve”, disse Kuleba, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin. “Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá. O mundo pode e deve parar Putin. A hora de agir é agora.”

Em uma mensagem televisionada, Putin anunciou sua decisão e prometeu retaliação a quem interferir na operação russa na Ucrânia. Na mensagem, o líder russo justificou sua decisão por um pedido de ajuda dos separatistas pró-russos e pela política agressiva da Otan com Moscou.

Putin também pediu que os militares ucranianos “deponham as armas”. “Qualquer um que tente interferir conosco, ou mais ainda, criar ameaças para nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e o levará a consequências como você nunca experimentou em sua história.”

Putin classificou sua operação como um ataque aos “nazistas” na Ucrânia, assim como a rejeição da ordem mundial liderada pelos EUA. Segundo ele, a aspiração da Ucrânia de ingressar na Otan representa uma ameaça terrível para a Rússia.

Ele evocou o bombardeio da Otan à Iugoslávia em 1999 e a invasão do Iraque pelos EUA em 2003 para deixar claro que via o Ocidente como moralmente falido. “Durante 30 anos, tentamos deliberada e pacientemente chegar a um acordo com os países da Otan sobre segurança igual e indivisível na Europa”, disse Putin.

“Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial”, disse Putin. “Seu objetivo será defender as pessoas que há oito anos sofrem perseguição e genocídio pelo regime de Kiev. Para isso, visaremos a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, assim como levar ao tribunal aqueles que cometeram vários crimes sangrentos contra civis, incluindo cidadãos da Federação Russa. Nossos planos não incluem a ocupação do território ucraniano.”

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