Guerra ameaça metas climáticas do governo Biden

Um ano depois de entrar na Casa Branca com a promessa de prioridade para combater o aquecimento global, a agenda de metas climáticas do presidente Joe Biden está atolada em atrasos e enfrentando fortes dificuldades políticas.

Os dois principais caminhos para uma ação climática significativa são a legislação e a regulação. Mas, os principais assessores de Biden e aliados mais próximos agora admitem que a peça central legislativa de seu plano climático é improvável de virar lei diante da firme oposição republicana.

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E as regulamentações que estão agora em desenvolvimento – limites rígidos sobre a poluição de carros e usinas que estão perigosamente aquecendo o planeta – poderiam ser restringidas ou bloqueadas pela maioria conservadora na Suprema Corte.

Com o aumento dos preços da gasolina após a invasão russa da Ucrânia, republicanos e companhias petrolíferas estão entusiasmados em pedir mais perfurações e menos ênfase nas mudanças climáticas, segundo reportagem do New York Times.

“As companhias petrolíferas dos EUA são como um prisioneiro que foi condenado à morte, e de repente o diretor da prisão os deixa sair e quer que eles produzam o máximo de petróleo possível”, disse ao jornal americano Robert McNally, consultor que foi conselheiro sênior de energia e economia do presidente George W. Bush. “Agora, o presidente está dizendo a eles, me ajude a sair de uma enrascada. É uma resposta em pânico aos altos preços do petróleo.”

Liberação de reservas de petróleo ameaça metas climáticas

Na quinta-feira, o presidente Biden disse que liberaria um milhão de barris de petróleo por dia da Reserva Estratégica de Petróleo por até 180 dias para ajudar a baixar os preços globais do petróleo. A escala e duração do lançamento é histórica.

Os Estados Unidos também planejam aumentar as exportações de gás natural para ajudar a Europa a desmamar dos suprimentos russos. Ambientalistas estão preocupados que ambos os movimentos levem a mais perfurações domésticas em um momento em que os cientistas dizem que as nações devem reduzir bruscamente e rapidamente o uso de combustíveis fósseis.

O presidente usou o anúncio sobre a reserva de petróleo para fazer um apelo por sua legislação climática esticada, dizendo que estava impulsionando o fornecimento de gás e petróleo para lidar com uma crise imediata, mas que a independência energética de longo prazo do país deve estar enraizada em fontes eólicas, solares e outras fontes renováveis que estão isoladas das flutuações do mercado global.

“Em última análise, nós e o mundo inteiro precisamos reduzir completamente nossa dependência de combustíveis fósseis”, disse Biden. “Precisamos escolher segurança a longo prazo em vez da vulnerabilidade energética e climática. Precisamos dobrar nosso compromisso com a energia limpa e combater a crise climática com nossos parceiros e aliados em todo o mundo. E podemos fazer isso aprovando meu plano que está literalmente diante do Senado agora, o Congresso dos Estados Unidos agora.”

O governo Biden avançou em algumas políticas climáticas, mais do que o seu antecessor, que zombou das mudanças climáticas. A Comissão de Valores Mobiliários propôs uma regra de referência que exige que as empresas divulguem seus riscos financeiros com as mudanças climáticas. O governo Biden aprovou o primeiro grande parque eólico offshore do país e está avançando com planos para desenvolver parques eólicos ao longo de grande parte da costa dos Estados Unidos.

Além disso, a Agência de Proteção Ambiental está avançando novas regras para limitar o metano, um potente gás de efeito estufa que vaza de poços de petróleo e gás. A administração está estabelecendo padrões mais rígidos de eficiência energética para refrigeradores, lavadoras, secadores e outros aparelhos.

De olho nas eleições, os republicanos aumentaram os ataques à agenda climática de Biden. O Comitê Nacional Republicano lançou uma campanha para registrar eleitores em postos de gasolina em todo o país, com o objetivo de conectar os preços altos na bomba às políticas do governo.

Os deslocamentos econômicos causados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia levaram a preços recordes de gás, e com eles, uma tremenda pressão para incentivar mais produção de petróleo e gás. Especialistas citados pelo NYT dizem que agora é impossível para Biden cumprir sua promessa ao mundo de que os Estados Unidos reduzirão suas emissões pela metade até 2030, a quantidade que os cientistas dizem ser necessária para que a maior economia do planeta faça sua parte para evitar as consequências mais catastróficas do aquecimento global.