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15 fatores de risco para as empresas de capital aberto

Questões de cunho regulatório estão no topo da lista de preocupações das companhias brasileiras listadas na B3

Executiva olhando por janela de sala de reuniões, pensando sobre os fatores de risco

Estudo da consultoria KPMG considerou uma base de 5.695 fatores de risco mencionados pelas empresas em 2020 | Foto: Getty Images

Os riscos regulatórios estão no topo da lista de principais fatores de risco para as empresas de capital aberto no País.

A constatação está em uma pesquisa conduzida pelo ACI Institute Brasil, braço da consultoria KPMG que promove boas práticas de governança.

A instituição analisou dados públicos contidos nos formulários de referência (FR) de 241 empresas abertas do Brasil, que arquivaram as informações junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ao final de 2020.

Com as informações oficiais em mãos, a KPMG organizou uma lista com os percentuais de citação de cada um dos fatores de risco mencionados pelas companhias.

Metodologia e perfil das empresas

Na pesquisa deste ano, foram citados 11.956 fatores de risco pelas empresas de capital aberto no Brasil.

Já no ano passado – com dados referentes a 2019 -, foram mencionados 9.212 riscos por parte das companhias.

Para garantir a precisão, o ACI Institute excluiu fatores destacados mais de uma vez nos formulários. Nesse sentido, a consultoria considerou uma base final de 5.695 fatores de risco.

Todas as empresas analisadas estão no Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2 de governança corporativa da B3, a bolsa de valores brasileira, e fazem parte dos seguintes segmentos:

  • Comunicações
  • Utilidade Pública
  • Bens Industriais
  • Financeiro
  • Materiais Básicos
  • Saúde
  • Consumo Não Cíclico
  • Petróleo, Gás e Biocombustíveis
  • Consumo Cíclico
  • Tecnologia da Informação

15 principais fatores de risco para empresas abertas no Brasil

Risco – percentual de menções

  1. Riscos regulatórios – 95%
    Leis, normas e regulamentos atuais e futuros que são aplicáveis ao setor, ao mercado de capitais ou às empresas de modo geral, como por exemplo: controle de preços; normas ambientais, de saúde e segurança no trabalho e sanitárias; e política de mudanças climáticas e a regulamentação das emissões de carbono.

  2. Condições econômicas e de mercado – 92%
    Políticas macroeconômicas e suas implicações; oscilações de demanda decorrente da perda do poder de compra dos consumidores ou da retração do setor do qual é fornecedor; operações em mercados cíclicos e flutuação dos preços dos produtos; instabilidade política; e percepção de risco de investidores estrangeiros.

  3. Riscos aos acionistas – 91%
    Que podem afetar diretamente os acionistas que detêm determinado tipo de ação, os estrangeiros, os que detêm ações de uma sociedade regida por leis que diferem da legislação brasileira, ou os acionistas de modo geral. Incluem fatores como: volatilidade e falta de liquidez das ações da companhia ou do mercado de capitais; diluição da participação acionária; e não pagamento de dividendos.

  4. Riscos operacionais – 87%
    Associados a falhas em processos operacionais, que podem implicar em interrupções temporárias, queda na eficiência, perdas e atrasos. Fatores de exemplo: gestão de estoques; fornecedores de produtos e serviços; eficiência logística; qualidade dos canais de vendas e de atendimento ao cliente; e segurança e manutenção das instalações.

  5. Riscos financeiros e de caixa – 86%
    Fatores ligados diretamente à situação financeira e de caixa da companhia, envolvendo, por exemplo: falta de liquidez; estrutura ou nível de endividamento; eventual dificuldade de captar recursos ou necessidade de sujeitar-se a condições de financiamento pouco favoráveis; operações de hedge e uso de derivativos.

  6. Riscos jurídicos – 85%
    Riscos associados a processos judiciais existentes e futuros, de natureza cível, trabalhista e tributária.

  7. Concorrência – 85%
    Risco de atuar em setores competitivos, como consequência, inclusive, de um processo de consolidação do mercado.

  8. Riscos associados à execução da estratégia de negócios e/ou plano de investimentos – 83%
    Não execução da estratégia de negócios e o plano de investimentos da companhia com sucesso. Envolve fatores como: gastos ou investimentos inesperados; dificuldades enfrentadas na ampliação da capacidade produtiva; retorno de investimento abaixo do esperado.

  9. Riscos associados à atuação do acionista controlador – 75%
    Associados à influência dos acionistas controladores. Referem-se a questões como: acordo de acionistas; cláusulas estatutárias que dificultam a tomada de controle por outros acionistas; conflitos de interesse que envolvem partes relacionadas; e conflito entre os acionistas controladores ou entre controladores e minoritários.

  10. Risco de mudança nas políticas governamentais sobre o setor – 68%
    Redução de investimento governamental ou descontinuidade de políticas e programas de incentivo do governo no setor de atuação da companhia.

  11. Riscos da Tecnologia da Informação – 67%
    Envolvem o mau funcionamento dos sistemas informatizados e seus controles internos; obsolescência tecnológica desses sistemas; segurança da informação e proteção de dados pessoais; e computação em nuvem.

  12. Risco de inadimplência – 66%
    Risco de inadimplência, associados, ou não, à concessão de crédito.

  13. Riscos socioambientais – 66%
    Impacto sobre o meio ambiente e comunidades locais; resistência organizada às operações da companhia; conflitos em torno da gestão de recursos naturais dos quais a companhia depende; práticas irregulares na cadeia de fornecedores, incluindo infrações aos direitos humanos e ocupação de áreas de preservação ambiental; e financiamento de projetos de alto risco segundo critérios socioambientais.

  14. Risco de insuficiência do valor e/ou cobertura dos seguros contratados – 66%
    Risco associados a mudanças da carga tributária; a passivos tributários; e à complexidade fiscal e interpretações divergentes sobre as normas tributárias.

  15. Riscos tributários – 64%
    Mudanças da carga tributária; a passivos tributários; e à complexidade fiscal e interpretações divergentes sobre as normas tributárias.

O estudo completo sobre os principais fatores de risco para as empresas brasileiras de capital aberto pode ser lido neste link.

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