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Crise hídrica deve racionar água da hidrovia Tietê-Paraná

Governo estuda criar sistema de "navegação por ondas" para economizar água, segundo o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas

hidrovia tiete-paraná

arca de soja na usina Avanhandava aguarda para atravessar a eclusa | Foto: Estadão Conteúdo

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, admitiu que a crise hídrica vai prejudicar o transporte na hidrovia Tietê-Paraná, uma das mais importantes do Brasil.

O ministro disse que o governo vai “até o limite” das alternativas disponíveis para manter a atividade na hidrovia, que serve ao transporte de grãos e outras mercadorias do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. A rota de navegação tem 1.250 km navegáveis divididos em 450 km no rio Tietê e 800 km no rio Paraná.

A hidrovia sofre diretamente com a crise de falta de água nos grandes reservatórios das hidrelétricas, e a prioridade da água das represas é gerar energia – o que não ocorre quando parte do volume é liberado pelas comportas da hidrovia.

Ministro estuda navegação por ondas na hidrovia

Segundo o ministro, uma das alternativas avaliadas é a “navegação por ondas”, que libera água nos momentos mais necessários para movimentação na hidrovia e retém nos períodos menos prioritários.

“Está sendo feito estudo e estamos tentando ver se conseguimos fazer essa navegação por ondas, liberação de água por onda, naqueles momentos que são mais importantes para a navegação, onde a gente vai ter fluxo de barcaças, então retém água num período do dia e libera água num período de dia para manter a atividade de navegação”, disse o ministro durante evento de divulgação das ações da pasta no primeiro semestre.

Há duas semanas, em razão da crise hídrica, a paralisação da hidrovia foi listada como medida “necessária” pelo presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi.

Ministro admite restrição no uso da hidrovia

Nesta sexta, Tarcísio afirmou que a prioridade é poupar água para a geração de energia, mas destacou que há um esforço para manter a operação. Se entender que vai comprometer a poupança hídrica, poderá haver restrição de navegação na hidrovia.

“Vamos tentar fazer isso no limite do possível. Existe uma prioridade, que é poupar água para que a gente possa ter energia. E vamos tentar ir até o limite daquilo que as modelagens nos proporcionam de segurança. A partir do momento que a gente sentir que vai comprometer a nossa poupança hídrica para a nossa geração de energia aí sim a gente pode ter uma restrição de navegação da hidrovia”, afirmou o ministro.

“A gente está fazendo um esforço enorme, usando o que tem de melhor em termos de simulação para tentar manter a navegação o máximo possível. Tivemos uma redução de cota de 325.4 para 325, que é o mínimo necessário para navegação”, lembrou o ministro. (AE)

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