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Amônia verde reduz emissão de carbono no agronegócio

Estatal norueguesa Statkraft une-se a mais duas empresas para produzir matéria prima de fertilizantes com energia renovável

Trator cultiva solo

Amônia produzida com energia renovável será usada para produzir fertilizantes livres de carbono | Foto: Getty Images

Em busca de soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no agronegócio, grandes empresas buscam reduzir os efeitos ambientais da produção de amônia, que é responsável por aproximadamente 1,8% das emissões mundiais de dióxido de carbono.

Três empresas norueguesas – a potência energética Statkraft, a Aker Clean Hydrogen e a especialista em fertilizantes Yara – lançaram uma empresa focada na produção da chamada amônia “verde”.

A amônia, é usada na fabricação de fertilizantes como sulfato de amônio, fosfato de amônio, nitrato de amônio e uréia.

A nova empresa, chamada Hegra, é de propriedade conjunta das três companhias. De acordo com a Statkraft, que é propriedade do estado norueguês, a Hegra se concentrará em eletrificar e descarbonizar uma planta de amônia localizada em Heroya, na Noruega.

Amônia livre de carbono beneficia agronegócio

A ideia geral por trás da iniciativa é que ela usará energia renovável para gerar amônia em escala. A amônia seria então usada para produzir fertilizante livre de carbono. Statkraft também descreveu a amônia verde como “um combustível promissor de emissão zero para o setor marítimo”.

Em entrevista à rede CNBC, o CEO da Yara, Svein Tore Holsether, ressaltou a importância do desenvolvimento de soluções de grande porte.

“A tecnologia está lá, mas também é sobre transformá-la em um produto”, disse ele. “E o bom da produção de amônia e da produção de fertilizantes é que você já tem uma infraestrutura existente.”

“Ao converter parte disso em energia renovável usando energia hidrelétrica, como estamos falando aqui na Noruega, podemos produzir um fertilizante renovável e fornecer isso aos agricultores em escala, muito rapidamente.”

Em termos de cronograma, Holsether indicou que levaria de cinco a sete anos para colocar o projeto em funcionamento.

Empresas buscam reduzir emissões no setor de fertilizantes

A criação do Hegra é apenas um exemplo de como as empresas estão procurando maneiras de reduzir as emissões associadas à produção de amônia.

Na Austrália, Yara também está trabalhando com a Engie no desenvolvimento de uma planta que produzirá hidrogênio renovável e amônia. O projeto é apoiado por uma doação de US$ 31,15 milhões do governo australiano.

Na semana passada, a gigante de petróleo e gás BP anunciou que a produção de hidrogênio verde e amônia verde usando energia renovável é agora tecnicamente viável em escala na Austrália.

Em comunicado, a BP descreveu o vasto estado da Austrália Ocidental como sendo “um lugar ideal” para o desenvolvimento de “ativos de energia renovável em larga escala que, por sua vez, podem produzir hidrogênio verde e/ou amônia verde para os mercados doméstico e de exportação”.

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