close

Crise hídrica afeta resultados da AES Brasil

Descontado o benefício fiscal com a incorporação da AES Tietê, lucro da empresa é revertido para prejuízo de R$ 109 milhões

Vista aérea de hidrelétrica da AES Brasil (AESB3)

| Foto: Getty Images

Mesmo reportando lucro líquido de mais de 700% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2020, a AES Brasil (AESB3) foi fortemente afetada pela crise hídrica.

Assim como todo o setor de geração de energia, a empresa deve ser vista momentaneamente com cautela no que se refere ao investimento em seus papéis.

Em relatório divulgado nesta quinta-feira, 4, o Banco Safra deu a classificação neutra para as ações AESB3. O preço-alvo (potencial) foi fixado em R$ 16,40.

Saiba mais

Na visão do banco, o momento representa “um forte vento contrário” aos players nacionais de energia.

Por outro lado, a ação é um bom nome para dividendos, com rendimento médio de 10,2% para 2021-2023, segundo o Safra.

Além disso, a ação AESB3 é negociada a uma taxa interna de retorno (TIR) de 7,3%.

Abra sua conta

Impacto financeiro para a AES Brasil (AESB3)

Em sua divulgação de resultados, a AES Brasil reportou Ebitda de R$ 92 milhões (-70% ante mesmo período de 2020). O valor ficou 6,9% acima das estimativas do Safra e 27% abaixo do consenso de mercado.

O lucro líquido reportado foi de R$ 424 milhões, impulsionado pelo reconhecimento de R$ 533 milhões relativos a créditos tributários gerados pela incorporação da AES Tietê pela AES Operações, como parte da reestruturação societária em curso.

Excluindo esse efeito não recorrente, o resultado final ajustado foi negativo em R$ 109 milhões.

Isso está abaixo das estimativas do Safra de R$ 92 milhões negativos e do consenso de menos R$ 31 milhões.

Os resultados ajustados foram fracos conforme o esperado, refletindo o pior trimestre da crise hídrica em curso.

De acordo com o Safra, o resultado do Ebitda foi influenciado principalmente por três fatores:

  1. Maiores despesas com compra de energia, refletindo o aumento no preço da energia e o forte GSF (Generation Scaling Factor, medida de risco hidrológico) no período

  2. Menor Ebitda do braço solar (-R$ 15,7 milhões na comparação anual) refletindo a operação comercial do AGV PPA, que opera a preços de energia mais baixos

  3. Parcialmente compensado pelo aumento do Ebitda do braço eólico (+R$ 21,2 milhões antes segundo trimestre de 2021), devido à entrada em operação dos Ventus, Mandacaru e Salinas

Outros detalhes da análise do Safra sobre os resultados da AES Brasil podem ser conferidos neste link.

Sobre a AES Brasil (AESB3) 

A AES Brasil é uma geradora de energia elétrica 100% renovável, atuando no País há mais de 20 anos.

O parque gerador hídrico da empresa é composto por nove usinas hidrelétricas, três pequenas centrais hidrelétricas, cino complexos eólicos e dois complexos solares.

Em dezembro de 2020, a empresa divulgou o processo de reorganização societária, com a criação e listagem de uma nova holding, AES Brasil Energia S.A.

A reestruturação foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 29 de janeiro de 2021 e, após a conclusão do processo, todos os acionistas da AES Tietê Energia passaram a ser acionistas da AES Brasil Energia S.A., com manutenção do percentual de participação.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra