Álcool em gel deve ser mantido longe das crianças

O desinfetante para as mãos à base de álcool em gel tornou-se um item fundamental na pandemia. Mas, à medida em que as vendas do produto aumentaram, as unidades de saúde nos Estados Unidos começaram a receber chamados de mães e pais preocupados com crianças pequenas que acidentalmente ingeriram o produto.

Mesmo agora, quase um ano após o início da pandemia, o álcool em gel permanece ao alcance das crianças e os profissionais de saúde alertam para os riscos que isso significa. O perigo está não só na ingestão, mas no contato com os olhos.

Um reportagem do The New York Times cita que no ano passado foram registrados mais de 20 mil casos de crianças menores de 6 anos que ingeriram álcool em gel nos Estados Unidos, um aumento de 40% em relação a 2019, de acordo com dados da Associação Americana de Centros de Controle de Venenos.

Criança pode ficar perigosamente bêbada

A maioria dos casos envolveu crianças de 2 anos ou mais que haviam ingerido o desinfetante. Em muitos casos, nenhum sintoma foi registrado. Mas há casos de vômitos, tosse e irritação bucal.

A exposição de crianças a produtos de limpeza domésticos como detergente líquido, alvejante, limpadores de ralo e limpadores de forno também aumentou cerca de 10% durante a pandemia, segundo a reportagem.

Dependendo da quantidade de desinfetante de mãos à base de álcool engolido pela criança, elas podem ficar “perigosamente bêbadas”, alertam os médicos.

A graduação de álcool no produto é de 60 a 95% , uma concentração muito mais forte do que em cerveja ou vinho. Uma criança pesando 20 quilos que bebe uma colher de sopa ou duas pode ficar intoxicada.

Sintoma é igual à intoxicação alcoólica

Em quantidades maiores a ingestão pode deixar a criança muito sonolenta e dificuldade para respirar, assim como na intoxicação alcoólica adulta grave.

As crianças são mais propensas do que os adultos a experimentar uma queda perigosa no açúcar no sangue, o que pode torná-las letárgicas por seis a 10 horas após o consumo.

A ingestão de álcool em gel também pode irritar a garganta ou o estômago, especialmente se fabricados com álcool isopropílico, muito comum.