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Após quatro quedas, Bolsa sobe com alta dos juros nos EUA e recuperação de commodities

Expectativa de negociação entre Rússia e Ucrânia e medidas econômicas para estimular crescimento da China animam a Bolsa em dia de Copom e Fed

China

China anunciou que adotará políticas favoráveis aos mercados de capitais e tomará medidas para evitar e contornar riscos no setor imobiliário | Foto: Getty Images

Apetite a risco internacional impulsionou a Bolsa, após quatro pregões de queda. Após ajustes, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em alta de 1,98%, a 111.112 pontos.

O anúncio do Federal Reserv (Fed, banco central dos EUA) nesta quarta-feira de que o intervalo dos juros americanos será de 0,25% a 0,5% ao ano movimentou os investidores. Além disso, o Ibovespa sentiu o alívio com a notícia de que a China adotará políticas favoráveis aos mercados de capitais e tomará medidas para evitar e contornar riscos no setor imobiliário. O minério de ferro reagiu em alta de 6,65%, a US$ 145,24 a tonelada, no porto chinês de Qingdao. A evolução da commodity metálica puxou os papéis da Vale que fecharam em R$ 90,77, crescimento de 2,02%.

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“Começou melhor mas está entregando um pouco por conta da possibilidade de acordo entre Rússia e Ucrânia”, avalia Caio Kanaan Eboli, sócio e diretor operacional da mesa proprietária Axia Investing.

A redução da aversão a risco também foi vista no dólar, que cedeu para a faixa de R$ 5,093.

A valorização do índice Bovespa vem após ter fechado ontem, aos 108.959,30 pontos, em queda de 0,88%, ao menor nível de encerramento desde 24 de janeiro (107.937,11). Por isso, analistas ressaltam que seria importante retomar a marca dos 112 mil pontos, a fim de evitar piora.

Bolsa sobe com decisão do Fed sobre os juros

“Seria bom buscar os 115 mil pontos. Foi a 109 mil pontos e isso é perigoso. Se mantiver os 111 mil pontos, ficará de lado. Para ganhar tendência de alta, precisa ir acima dos 115 mil pontos”, avalia Eboli.

No exterior, destaque para a afirmação do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. Segundo ele, um “espírito empresarial” está ganhando forma nas negociações com a Ucrânia, que agora buscam estabelecer um status neutro ao país invadido pelos russos.

Conforme a MCM Consultores, os comentários positivos de autoridades russas sobre um acordo com a Ucrânia e as promessas de dirigentes econômicos da China de adotar medidas de estímulo à economia e de apoio aos mercados locais impactam positivamente nos ativos de risco.

No Brasil, a expectativa é que o Copom eleve a Selic de 10,75% para 11,75% ao ano, hoje, deixando a porta aberta para os próximos passos, avalia em relatório o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, por “estarmos em ambiente instável.”

Ficam ainda no radar as novas críticas do presidente Jair Bolsonaro à Petrobras. O chefe do Executivo afirmou que a estatal “com toda a certeza” reduzirá os preços diante da queda na cotação de petróleo no mercado internacional. (AE)

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