Alta de commodities pressiona inflação na América Latina, diz FMI
Fundo Monetário Internacional destaca que a inflação está acima de 8% em cinco das maiores economias da região, incluindo o Brasil
15/03/2022A escalada dos preços de commodities, em decorrência da guerra na Ucrânia vai pressionar a inflação na América Latina e Caribe, preveem dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O texto é assinado pelo diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, em conjunto com outros quatro representantes da entidade multilateral.
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O artigo destaca que a taxa anual de inflação está acima de 8% em cinco das maiores economias da região: Brasil, México, Chile, Colômbia e Peru. Para o FMI, as instituições monetárias devem aumentar a taxa de juros para conter alta dos preços.
A análise acrescenta que as condições financeiras no Ocidente permanecem “relativamente favoráveis”, mas que a piora do conflito no Leste Europeu pode levar a estresses globais que, junto com a política monetária contracionista, pesará sobre o crescimento econômico.
No caso dos Estados Unidos, as ligações com Rússia e Ucrânia são limitadas, diz o texto. Apesar disso, a inflação já estava elevada antes da guerra. “Isso significa que os preços podem continuar subindo à medida que o Federal Reserve começa a aumentar as taxas de juros”, destaca.
Europa pode enfrentar pressões fiscais com gasto maior com energia
De acordo com o artigo, sanções ocidentais contra a Rússia prejudicarão a intermediação financeira e de comércio no país, levando a uma recessão. “A depreciação do rublo está alimentando a inflação, diminuindo ainda mais os padrões de vida para os população”, reforça.
Para o restante da Europa, o principal canal pelo qual haverá impacto será o de energia, junto com gargalos na cadeia produtiva. “Os governos europeus também podem enfrentar pressões fiscais de gastos adicionais em segurança energética e orçamentos de defesa”, pontua.
Ásia e Pacífico os efeitos da guerra serão limitados
Na região da Ásia e Pacífico, os efeitos também serão limitados, devido a poucas relações comerciais, embora a desaceleração da economia global deva prejudicar exportadores. “Para a China, os efeitos imediatos devem ser menores porque o estímulo fiscal dará suporte a meta de crescimento de 5,5% para o ano e a Rússia compra uma quantidade relativamente pequena de suas exportações”, destaca.