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Atos em Brasília devem ter pouco impacto no mercado financeiro

Analistas avaliam que o impacto dos protestos antidemocráticos será pequeno no mercado financeiro, segundo relatórios divulgados hoje

Mesa de operações

Relatório do Banco Fibra observa que atos de vandalismo fortalecem o governo e terão pouca repercussão | Foto: Getty Images

Os atos antidemocráticos realizados neste domingo, 8, por grupos radicais que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, não devem ter impacto significativo nos preços do mercado financeiro nesta segunda-feira, segundo analistas. O Banco Safra também avalia que o impacto será pequeno, segundo relatório divulgado hoje para clientes. “No Brasil, os ataques em Brasília são o destaque do noticiário e espera-se que o impacto no mercado seja pequeno”, diz o relatório assinado pelo estrategista Cauê Pinheiro.

“Acredito que, na abertura dos negócios, alguma reação negativa deve ocorrer, mas que ela não deve durar por todo o dia”, afirma o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira. Como paralelo, Oliveira nota que a invasão do Capitólio nos Estados Unidos há dois anos também não teve impacto significativo nos preços.

No texto, o analista afirma que a invasão do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) observada neste domingo deve servir como um “tiro pela culatra”, pelo seu potencial de afastar a classe média das grandes cidades da extrema-direita. “Assim, Lula e seu grupo ganham politicamente”, afirma o economista.

Atos em frente a refinarias ameaçam distribuição de combustíveis

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) mapeou a evolução das manifestações políticas nas unidades da Petrobras por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Pelas redes sociais, o grupo convocou novos atos contra o atual governo em refinarias da empresa, com foco na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, na segunda-feira, 9.

A manifestação acontece um dia depois de atos de depredação em Brasília, praticados por bolsonaristas, que não aceitam o resultado das eleições presidenciais. Em poucas horas, milhares de extremistas destruíram prédios públicos, feriram pessoas e animais, e roubaram armas. “Hoje não teve a presença de manifestantes na Reduc. Mas cabe destacar diversas mensagens circulando nas redes sociais convidando a presença de manifestantes na Reduc e em distribuidoras de combustíveis em Caxias. A polícia militar está no local”, informou a FUP.

O objetivo da convocação antidemocrática é bloquear o acesso de caminhões-tanque nas bases das empresas distribuidoras de combustíveis, sob o argumento de que sem combustível o Brasil vai parar.

Segundo a FUP, um batalhão de choque está a caminho da Reduc e passará a noite em vigília para evitar a aproximação dos bolsonaristas. Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o prefeito da cidade, Eduardo Paes, já haviam informado que a segurança do entorno da refinaria seria reforçada.

De acordo com relatório da FUP, no início da manhã deste domingo a Polícia Militar precisou negociar com manifestantes que acamparam próximo à Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, em São Paulo. A FUP informou que eram aproximadamente 50 manifestantes em barracas. Segundo a federação dos petroleiros, a Polícia Militar continua no local e está monitorando o movimento.

Já na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, no Rio Grande do Sul, cerca de 100 manifestantes estão concentrados na portaria da unidade. A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal estão no local, segundo a FUP. Outra unidade sob ameaça de protesto é a Regap, em Betim, Minas Gerais, que teve convocação também para esta segunda-feira, 9, e já conta com algumas pessoas acampadas e a presença da polícia militar.

A FUP listou como medidas preventivas para evitar casos como ocorreu em Brasília o reforço no relacionamento com os órgãos de segurança pública e de inteligência; reforço e dobra das equipes de vigilância; monitoramento dos ambientes externos; e elevação do nível de segurança das unidades.

A Petrobras não detalhou as medidas que está tomando para se prevenir de possíveis ataques, e se limitou a declarar que mantém o procedimento padrão. “As refinarias estão operando normalmente. A Petrobras está tomando todas as medidas preventivas de proteção necessárias, conforme procedimento padrão”. informou em nota ao ser questionada. (AE)

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