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BCE eleva juros pela décima vez e sinaliza pausa no aperto monetário

Bolsas da Europa fecham em alta com sinalização de pausa no aperto monetário após mais uma elevação dos juros em 25 pontos base

BCE

O BCE reiterou nesta quinta-feira que a inflação na zona do euro segue desacelerando, mas deverá continuar “muito alta por muito tempo” | Foto: Getty images

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar suas principais taxas de juros em 25 pontos-base, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira, 14, à medida que a inflação na zona do euro segue persistente e bem acima da meta oficial de 2%. Trata-se do 10º aumento consecutivo nos juros do BCE. A sinalização de pausa no aperto monetário a partir de agora animou as bolsas da Europa.

Com a decisão, a taxa de refinanciamento do BCE passará de 4,25% a 4,50%, a de depósitos, de 3,75% a 4%, e a de empréstimos, de 4,50% a 4,75%.

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O ajuste nos juros veio em linha com a expectativa de parte dos analistas, mas alguns deles previam manutenção das taxas.

O BCE reiterou nesta quinta-feira que a inflação na zona do euro segue desacelerando, mas deverá continuar “muito alta por muito tempo”.

“Futuras decisões vão garantir que as taxas de juros sejam estabelecidas em níveis suficientemente restritivos pelo tempo que for necessário”, disse o BCE em comunicado.

O BCE reafirmou ainda que vai continuar dependendo de dados futuros para definir o nível dos juros e por quanto tempo durará sua postura restritiva.

Logo mais, a partir das 9h45 (de Brasília), a presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de coletiva de imprensa para comentar a decisão desta quinta.

BCE sinaliza pausa no aperto dos juros e bolsas  fecham em alta na Europa

A decisão do BCE de indicar pausa no aperto monetário – após elevar sua taxa de juros pelo décimo mês consecutivo – impulsionou as bolsas da Europa, em detrimento do euro e de rendimentos dos bônus europeus. Em nota, o BCE afirmou que os juros “alcançaram níveis que, se mantidos por período suficiente longo,” serão capazes de contribuir com o retorno sustentado da inflação à meta de 2%.

Em coletiva de imprensa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçou esta mensagem e ressaltou que o novo foco dos dirigentes será a duração das taxas restritivas. Ainda, Lagarde afirmou não ser possível definir o nível atual como o pico dos juros, tendo em vista a necessidade de monitorar dados e equilibrar riscos para o crescimento, frente a rápida transmissão da política monetária, ao mesmo tempo em que controlam a inflação.

Em relatório, a Nordea chamou atenção para o tom “cauteloso” da instituição e projeta que o aumento anunciado nesta quinta foi o último do ciclo atual de aperto monetário, esperando manutenção da taxa básica até junho de 2024. O ING compartilha esta visão e aponta que o enfraquecimento da economia, somado a tração na tendência desinflacionária, deve dificultar argumentos para mais aperto monetário.

Analistas destacam ainda a falta de consenso entre os dirigentes e a consolidação do cenário de estagflação para a zona do euro. Na coletiva, Lagarde revelou que uma “maioria sólida” aprovou a decisão de elevar juros, mas que alguns dirigentes preferiam manter os juros, e alertou que os riscos para o crescimento da zona do euro são negativos. Junto da decisão, o BCE também divulgou suas projeções para o bloco, onde cortou previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e elevou expectativas para inflação.

No começo da manhã desta quinta, o anúncio do PBoC sobre redução na taxa de compulsório bancário em 25 pb também deu fôlego para as bolsas europeias e incentivou o apetite por risco global como um todo, por sinalizar nova tentativa da China de impulsionar o seu crescimento econômico neste ano. (AE)

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