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Banco da Inglaterra eleva juros para 3%, maior taxa em 14 anos

Na maior alta de juros desde 1989 promovido pelo Banco Central inglês, que atua para conter efeito da alta da energia na inflação

Vista de Londres

Novas medidas fiscais devem ser anunciadas após novo aperto monetário na Inglaterra / Foto: Getty Images

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu nesta quinta-feira elevar sua taxa básica de juros em 75 pontos-base, a 3%. Foi a maior alta desde 1889. A nova taxa é a maior desde novembro de 2008.

A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado em geral, por 7 votos a 2, com um membro do conselho da instituição preferindo uma alta de 50 pontos-base e outro, uma elevação de 25 pontos-base.

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O BoE diz que houve acontecimentos “significativos” na política fiscal do país, desde suas projeções anteriores. Em seu comunicado, ele afirma que a incerteza sobre os preços de energia no varejo do Reino Unido caiu em certa medida, após mais intervenções do governo. O BC acredita que deve continuar a haver algum apoio fiscal, limitando mais altas na energia e reduzindo a volatilidade. O apoio à demanda privada em relação às projeções de agosto, porém, pode apoiar mais pressões inflacionárias em serviços e bens exceto energia, aponta.

Banco da Inglaterra promete novas medidas fiscais

No comunicado, o BoE também informa que não incorporou mais medidas fiscais que devem ser anunciadas pelo governo em 17 de novembro.

Na avaliação do BoE, as condições financeiras têm apertado de modo “substancial”, reduzindo a atividade no período das previsões. O PIB do país deve recuar “cerca de 0,75%” durante o segundo semestre de 2022, em parte refletindo o aperto na renda real. O mercado de trabalho segue apertado, mas há sinais de que a demanda começa a desacelerar.

O BoE diz ainda que a inflação deve ter pico de cerca de 11% no quarto trimestre de 2022, menos que o projetado em agosto. Já o PIB deve continuar a recuar, ao longo de 2023 e no primeiro semestre de 2024, com preços altos de energia e condições financeiras mais apertadas.

Na projeção central dos dirigentes, a inflação ao consumidor começa a recuar no início do próximo ano. Ela deve cair para abaixo da meta de 2% em dois anos e ficar ainda mais abaixo disso em 3 anos, aponta. Os riscos para as projeções de inflação, porém, são de alta no médio prazo, diz o BoE. (AE)

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