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Banco do Brasil amplia crédito e tem ação com perspectiva positiva

Controlado pelo governo federal, o Banco do Brasil (BBAS3) tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 50 por ação

Agência do BB

O custo de financiamento deve ser um dos principais impulsionadores da melhoria da receita do B em 2022 | Foto: Getty Images

O Banco do Brasil (BBAS3) reiterou a confiança para cumprir o guidance para 2022 (traduzindo para um lucro líquido entre R$ 23 bilhçoes e R$26 bilhões), impulsionado principalmente pelo crescimento do volume de crédito, apoiando o forte desempenho de receita líquida de juros (NII), custo do crédito e aceleração das receitas de serviços.

No entanto, o banco mostrou alguns desafios em relação às despesas não decorrentes de juros do ano, o principal desafio alcançar a orientação com base nas pressões inflacionárias. A qualidade do crédito não é uma grande preocupação, embora a mudança do mix para linhas mais arriscadas possa trazer alguma deterioração. O banco reafirmou sua estratégia de focar em segmentos com maior rentabilidade no segmento de Pessoas Físicas, como cartões de crédito e crédito pessoal.

O banco atribuiu a deterioração da qualidade de crédito nos últimos anos coorte ao fator mix (já que o banco vem originando proporcionalmente mais linhas, quando em coortes anteriores a maior parte da originação de crédito era em linhas garantidas como folha de pagamento).

Banco do Brasil segue com forte volume no crédito rural

No segmento rural, os volumes devem seguir com forte desempenho, e o fato de a maioria das linhas de crédito ter garantias deve evitar forte deterioração nessa linha, mesmo considerando a recente quebra de safra na região Sul.

No segmento corporativo, a ausência de grandes casos específicos nos últimos meses também reduz a preocupação de uma eventual deterioração da qualidade do crédito. Dito isto, o índice de cobertura (que está atualmente em 325%) deve apresentar quedas graduais (mas mantendo-se acima dos níveis históricos).

Em termos absolutos, o custo do crédito ainda deve ficar abaixo da marca de 2019. O custo de financiamento deve ser um dos principais impulsionadores da melhoria da receita em 2022.

Para a receita, as perspectivas continuam boas, mesmo em um cenário de nova alta da taxa Selic. Crescimento NII (11- 15%) acima do volume de crédito (8-12%) deve ser explicado, pelo mix de linhas com spreads mais ricos, a reprecificação da carteira de crédito e a desaceleração da pressão nos custos de financiamento.

Diferente de 2021, quando a alta da Selic trouxe uma grande pressão no mercado custos de captação, para 2022, a exposição do BB em caderneta de poupança e depósitos judiciais deve não crescer tão rápido quanto a taxa Selic.

Por fim, os resultados das operações de tesouraria também podem melhorar em 2022. Perspectiva para tarifas é positiva, refletindo menor pressão da conta corrente e boa volume de transações em cartões de crédito e seguros.

A redução observada na conta corrente pelo efeito pix e adequação (reajuste de pacotes tarifários) deverá cessar em 2022. As perspectivas das operações de consórcios e seguros também são encorajando.

Por outro lado, as receitas do mercado de capitais podem ser atingidas por um mercado mais lento atividade (considerando a perspectiva de aumento das taxas de juros).

Revisão de BBAS3

O Banco Safra aumentou no início de março o preço-alvo do Banco do Brasil (BBAS3) para R$ 50 (de R$ 48), reiterando o rating de compra, após atualizar os números para o banco considerando o guidance para 2022, elevando a premissa de custo de capital próprio (para 15,1%, de 14,6%) para refletir o cenário macroeconômico mais desafiador, mas também elevando a expectativa de ROAE de longo prazo do BB em 0,5 p.p., considerando a recente alta do ROAE do banco.

O Safra acredita que o Banco do Brasil vem apresentando forte crescimento de crédito (especialmente no crédito rural e alguns segmentos para pessoas físicas), boa qualidade da carteira e está pronto para apresentar números fortes para 2022, colocando o banco em um grande desconto em relação aos seus pares. Atualmente, o BB é negociado a 4,2x P/L 2022 contra a média dos pares brasileiros de 7,2x.

Vale a pena investir em BBAS3?

  • Foco na lucratividade tem reduzido distância para bancos privados;
  • Melhora no controle de custos;
  • Forte presença no agronegócio;
  • Baixos níveis de inadimplência e expansão de crédito mais prudente;
  • Ampla presença no Brasil;
  • Parcerias para alavancar escala e reunir conhecimentos.

Quais são os principais riscos de BBAS3?

  • A frente política, pois a eleição de 2022 pode trazer incertezas sobre eventuais mudanças na alta administração;
  • Risco macroeconômico, como desaceleração da atividade ou aumento da percepção de risco-país;
  • Aumento do índice de inadimplência acima do esperado;
  • Concorrência mais acirrada de outros bancos;
  • Possíveis impactos de uma reforma tributária (a exemplo do imposto de renda sobre pagamentos de dividendos);
  • Mudanças regulatórias (por exemplo, open banking, novos recursos de pix);
  • Disrupção tecnológica; e
  • Frente geopolítica, dado que o recente conflito no Leste Europeu pode impactar o agronegócio brasileiro, dadas as pressões de preços na cadeia produtiva.

Sobre o BBAS3

O Banco do Brasil (BBAS3) é uma instituição financeira brasileira, constituída na forma de sociedade de economia mista, com participação do governo federal em mais de 50% das ações.

Segundo dados do próprio banco, a empresa possui 15.133 pontos de atendimento distribuídos pelo país, entre agências e postos de atendimento, sendo que 95% de suas agências possuem salas de autoatendimento (são mais de 40 mil terminais), que funcionam além do expediente bancário. Possui ainda opções de acesso via internet, telefone e telefone celular. Está presente em mais de 21 países além do Brasil. Listado na B3, o Banco do Brasil tem suas ações negociadas sob o ticker BBAS3.

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