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Banco Mundial suspende relatório Doing Business por irregularidade em dados

Banco Mundial constatou irregularidades em dados dos relatórios de 2018 e 2020 que comparam competitividade de 190 economias do mundo

Doing Business

Kristalina Georgieva pressionou a equipe que produz o relatório Doing Business para alterar dados da China em 2018 | Foto: Reprodução

A atual presidente do Fundo Monetário Nacional e ex-diretora executiva do Banco Mundial, Kristalina Georgieva, pressionou a equipe que produz o relatório Doing Business para alterar dados da China em 2018, de acordo com investigação publicada nesta quinta-feira, 16, pelo Banco Mundial.

O Banco Mundial decidiu interromper a produção do seu relatório Doing Business após serem reportadas irregularidades nos dados.

As inconsistências estariam presentes nos documentos de 2018 e 2020. O Banco então se dedica a uma série de revisões e auditorias do relatório e suas metodologias.

O Doing Business mede, analisa e compara as regulamentações aplicáveis às empresas e o seu cumprimento em 190 economias e cidades selecionadas nos níveis subnacional e regional, explica a instituição.

Elaboração do Doing Business foi feita com pressões para mudar dados da China

Acompanhada de seu conselheiro, Simeon Djankov, Georgieva teria exercido pressões por mudanças específicas na pontuação de dados chineses, em um esforço para aumentar a posição do país asiático.

No mesmo período, havia expectativas de que a China exerceria um papel crucial na campanha para aumento de capital do Banco Mundial, segundo o documento da entidade.

As alterações seriam o produto de duas pressões distintas sobre a equipe, segundo o Banco. Além de Georgieva, a equipe sênior do gabinete do então presidente da instituição, Jim Yong Kim, estaria pressionando direta e indiretamente pela mudança na metodologia do relatório, em um esforço para aumentar a pontuação da China. “Presumivelmente sob a direção do Presidente Kim”, afirma o documento.

Ex-diretora nega irregularidade em dados

“Publicado em 31 de outubro de 2017, o relatório Doing Business 2018 foi lançado em um momento crucial para o Banco e sua liderança: de meados de 2017 a abril de 2018, a administração do Banco foi consumida por negociações delicadas sobre sua campanha de aumento de capital em andamento”, diz a equipe de investigação.

“Eu discordo fundamentalmente das descobertas e interpretações feitas pela Investigação de Irregularidade de Dados no que diz respeito à minha atuação no relatório Doing Business de 2018, do Banco Mundial”, disse Georgieva em comunicado, segundo reportagem da Bloomberg. “Já tive uma conversa inicial com o Conselho Executivo do FMI sobre este assunto.” (AE)

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