close

BNDES contrata consórcio por R$ 3,9 milhões para vender Eletrobras

Mais um passo rumo à privatização da Eletrobras foi dado com o contrato para estruturação do processo de venda do controle

Torres de energia

Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que permite a saída da União do controle da empresa de energia elétrica | Foto: Getty Images

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu mais um passo para efetuar a privatização da Eletrobrás em fevereiro do ano que vem. O banco de fomento, responsável pela estruturação do processo, publicou o contrato do consórcio que conduzirá a modelagem, além da estruturação financeira e relatório final do processo de desestatização.

No mês passado, a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que permite a saída da União do controle da empresa de energia elétrica.

O Consórcio Genial – Tauil e Chequer, que ganhou o processo de licitação, deve conduzir as tratativas. O valor do contrato, conforme o documento publicado pelo BNDES, é de R$ 3,89 milhões. Pelo acordo, as empresas terão de realizar a avaliação de toda legislação nacional e internacional aplicável à Eletrobrás, à Itaipu e à Eletronuclear, assim como a identificação de pontos críticos e riscos.

BNDES contratou empresas para capitalização da Eletrobras

Para estruturar o processo que culminará na privatização da Eletrobrás, o BNDES fez a contratação das empresas que trabalharão em alguns processos necessários para a capitalização, sendo, assim, responsável tanto pela execução quanto pelo acompanhamento do processo de desestatização. Ao todo, são três fases de serviços que serão contratados para a condução da privatização da empresa de energia.

Além desse serviço, cujo contrato acaba de ser publicado, o trabalho de due diligence (auditoria) contábil, patrimonial e jurídica será feito pelo consórcio Nova Eletrobrás, formado pela auditoria BDO, o banco Genial, o escritório de advocacia Lefosse e a Thymos Energia, uma consultoria especializada no setor. Já a avaliação econômico-financeira será feita pelo banco BR Partners, cuja escolha já foi homologada, mas ainda falta a publicação do contrato.

BNDES irá à bolsa vender controle da Eletrobras

Com a aprovação da medida provisória, o governo pode seguir com os preparativos para a emissão de novas ações da companhia, o que deve ocorrer no primeiro trimestre de 2022. A União não participará da oferta de ações subsequente (follow-on).

Ao deixar de acompanhar essa oferta, sua participação nos papéis ordinários da companhia será diluída, com a parcela caindo para menos de 50%. Dessa maneira, o governo deixa de ser o controlador – o que, na prática, significa uma privatização do negócio.

A capacidade de voto dos acionistas da Eletrobrás será, então, limitada a 10%, independentemente da posição acionária. Pelo cronograma do BNDES, a ida à Bolsa deverá ocorrer em fevereiro de 2022.

Essa é a terceira vez que o Estado brasileiro tenta privatizar a Eletrobrás. A primeira foi ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002). Na época, a ideia era fazer uma privatização tradicional, vendendo as estatais do grupo (Furnas, Chesf e Eletronorte) separadamente. Mas esse plano foi frustrado.

No governo Lula, que começou em 2003, a empresa foi retirada do Plano Nacional de Desestatização (PND). Na gestão de Michel Temer (2016-2018), uma MP foi enviada ao Congresso, que Bolsonaro usou como base para a privatização atual. (AE)

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra