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Pior pregão do ano nos Estados Unidos derruba o Ibovespa

A Bolsa brasileira caiu 2,3% e voltou aos 110.793 pontos, afetada pelo mau humor com a inflação acima da expectativa nos Estados Unidos

números espelhados em um prédio que reflete o horizonte, alusivo ao horizonte longo com a estratégia de buy and hold

A estratégia é interessante para investidores que têm objetivos de longo prazo | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou forte nesta terça-feira contaminado pelo mercado acionário americano, que despencou após a divulgação da inflação acima do esperado nos Estados Unidos. O desempenho da sessão fez o índice perder os 113 mil pontos conquistados na véspera.

A Bolsa fechou em queda forte de 2,3%, aos 110.793 pontos, depois de oscilar entre 110.521 e 113.400 pontos. O volume financeiro girou em R$ 25,2 bilhões. Com o resultado, o Ibovespa acumula ganho de 1,16% em setembro e no ano sobe 5,70%.

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Nos Estados Unidos, os índices de Nova York desabaram e tiveram o pior pregão deste ano após a divulgação dos dados de inflação que vieram acima da expectativa do mercado. Dow Jones derreteu 3,94%, S&P 500, 4,33% e Nasdaq, 5,16%.

Os dados da inflação do consumidor (CPI, na sigla em inglês) servem de parâmetro para os investidores fazerem as apostas sobre a elevação da taxa de juros nos Estados Unidos. Juros altos tendem a afugentar os aportes em ativos de risco, como o mercado acionário.  

O índice subiu 0,1% em agosto, na comparação com julho, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho americano.

A inflação para o consumidor mostra alta de 8,3% no acumulado em 12 meses, uma desaceleração em relação a julho (+8,5%).

Apesar da desaceleração, os dados vieram acima do esperado pelo mercado, pois o consenso era de uma deflação de 0,1% na base mensal e alta de 8,1% na anual, segundo a Refinitiv.

O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia (cujos preços são mais voláteis), subiu 0,6% na comparação mensal e 6,3% na anual, também acima do esperado. A projeção Refinitiv para o núcleo era de alta de 0,3% na base mensal de de 6,1% na base anual.

Segundo o Banco Safra, a expectativa do mercado segue sendo uma elevação de 75 pontos base (bps) na taxa de juros americana na próxima reunião na semana que vem do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

“Bolsa no Brasil realizando e dólar subindo, já que aumenta a expectativa de mais altas de juros pelo Fed e o diferencial de juros entre EUA e Brasil fica menor. Agora, estamos vendo o mercado desfazer o otimismo achando que estava tudo bem por mais que os indicadores já estivessem mostrando um cenário complicado. A inflação ainda é um problema grave e persistente nos EUA”, disse Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed.

No mercado local, os investidores avaliaram os dados de serviço divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de serviços prestados subiu 1,1% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços.

No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de uma alta de 0,7% ante maio para um avanço de 0,8%.

Na comparação com julho de 2021, houve alta de 6,3% no volume de serviços prestados, já descontado o efeito da inflação. O dado ficou mais positivo do que o avanço de 5,8% da mediana das expectativas, que iam de uma elevação de 3,6% a um salto de 9,9%.

A taxa acumulada no ano foi de alta de 8,5%. Em 12 meses, os serviços acumulam avanço de 9,6%.

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