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Boris Johnson renuncia e pede para sair só em outubro, mas é pressionado

Crise desencadeada por escândalo sexual se agrava e saída do primeiro-ministro do Reino Unido é confirmada

Boris Johnson

Johnson anunciou o pedido de renúncia, pressionado pela oposição e até pelo seu partido | Foto: Divulgação

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou hoje a sua renúncia ao cargo, mas disse pretende seguir no cargo até outubro. O premiê, no entanto, tem sido pressionado por aliados e opositores a deixar Downing Street imediatamente.

Johnson fez o anúncio da renúncia nesta quinta-feira, 7, e, de acordo com o Financial Times, almeja liderar o governo britânico de maneira interina até que o Partido Conservador escolha um sucessor na conferência da legenda, marcada para outubro.

A renúncia encerra uma crise política que deflagrou a debandada de ministros e assessores do governo. Na terça-feira, 5, os chefes das pastas de Finanças, Rishi Sunak, e Saúde, Sajid Javid, entregaram os cargos após uma série de escândalos políticos que abalaram a gestão. Johnson já vinha sendo questionado há meses por festas de que teria participado durante a pandemia. No entanto, a gota d’água foi a resposta dele às denúncias de assédio sexual contra o parlamentar conservador Chris Pincher.

Johnson tomou posse em 29 de julho de 2019, após a antecessora, Theresa May, renunciar em meio a dificuldades na implementação do Brexit. Após uma histórica vitória nas eleições do final daquele ano, o primeiro-ministro enfrentou uma pandemia e coordenou uma das mais rápidas vacinações do mundo. Contudo, viu seu capital político ruir ao longo deste ano, quando foram reveladas festas ocorridas em Downing Street na época da quarentena.

Boris Johnson, de 58 anos, é jornalista e fez carreira nos principais veículos da imprensa britânica. Notabilizou-se como colunista político do jornal The Daily Telegraph e editor da revista The Spectator. Em 2001, foi eleito ao Parlamento, mas renunciou em 2008, quando tornou-se prefeito de Londres. A ascensão se completou em 2016, ao tornar-se figura proeminente na vitoriosa campanha pelo Brexit.

O líder do oposicionista Partido Trabalhista, defendeu que Johnson seja afastado imediatamente. Segundo ele, a legenda pode convocar uma votação de confiança no Parlamento para forçá-lo a abandonar a posição.

“Seu próprio partido decidiu que é hora – então eles não podem infligi-lo ao país pelos próximos meses”, disse, conforme a BBC.

Conservador pede renúncia imediata de Boris Johnson

No Twitter, o parlamentar conservador George Freeman, que atuou no gabinete de Johnson como ministro da Ciência, pediu que o premiê permita que o partido governista forme um novo governo imediatamente. “Boris Johnson precisa entregar os selos do cargo, pedir desculpas a Sua Majestade e aconselhá-la a chamar um primeiro-ministro interino”, argumentou.

Ruth Davidson, ex-líder do Partido Conservador na Escócia, ecoou a pressão. “Não há como ele ficar até outubro. É um disparate absoluto pensar que ele pode. Alguém precisa segurar isso”, escreveu na rede social.

Johnson ficou em posição insustentável esta semana após a debandada de integrantes do governo, iniciada na última terça-feira, 5, com a saída dos ministros de Finanças, Rishi Sunak, e Saúde, Sajid Javid. O primeiro-ministro já vinha sendo questionado há meses por festas de que teria participado durante a pandemia. No entanto, a gota d’água foi a resposta dele às denúncias de assédio sexual contra o parlamentar conservador Chris Pincher. (AE)

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