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Bradesco desaponta mercado com lucro trimestral de R$ 2,8 bilhões

Bradesco reporta queda de 37,7% no quarto trimestre em relação ao período anterior, e resultados piores que o esperado

Ação do bradesco

No ano de 2023, o banco lucrou R$ 16,297 bilhões, recuo de 21,2% comparado a 2022 | foto: Getty Images

O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 2,878 bilhões no quarto trimestre de 2023, com queda de 37,7% ante o terceiro trimestre e alta de 80,4% na comparação com o mesmo período de 2022. O resultado ficou abaixo da média das projeções dos analistas consultados pelo Valor, que apontava ganho de R$ 4,647 bilhões.

No ano de 2023, o banco lucrou R$ 16,297 bilhões, recuo de 21,2% comparado a 2022. O lucro líquido contábil foi de R$ 1,703 bilhão no quarto trimestre de 2023, queda de 63,1% ante o terceiro trimestre e alta de 18,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

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O balanço do Bradesco no quarto trimestre inclui uma despesa de R$ 570 milhões com reestruturação, principalmente da rede de agências. Juntamente com outros itens extraordinários, como R$ 547 milhões em passivos contingentes, isso fez com que o lucro contábil do banco ficasse em R$ 1,703 bilhão, bem abaixo do lucro recorrente, de R$ 2,878 bilhões.

O Bradesco terminou dezembro com 2.695 agências, uma redução de 169 unidades (-6,3%) em 2023. Os pontos de atendimento, que além de agências incluem PAs, correspondentes e caixas eletrônicos, ficaram em 83.147 unidades, com baixa de 2.462 (-2,3%).

Em termos de funcionários, o Bradesco encerrou o ano com 88.381 colaboradores, uma queda de 2.159 (-2,4%).

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio trimestral (ROAE) atingiu 6,9% nos três meses até dezembro de 2023, de 11,3% no terceiro trimestre e 3,9% no quarto trimestre de 2022.

A margem financeira somou R$ 16,128 bilhões, com alta trimestral de 1,7% e queda de 3,3% em 12 meses.

A receita de serviços somou R$ 9,028 bilhões no trimestre final de 2023, recuo de 0,9% em três meses e de 2,4% em 12 meses. As despesas operacionais totalizam R$ 14,935 bilhões, alta trimestral de 11,2% e anual de 10,7%.

Carteira de crédito

A carteira de crédito expandida do Bradesco atingiu R$ 877,285 bilhões em dezembro de 2023, estável no comparativo trimestral e queda de 1,6% em 12 meses. Em pessoas físicas, houve alta de 1,3% no trimestre e de 1,2% em 12 meses, ao atingir R$ 365,442 bilhões. Em pessoas jurídicas, ao somar R$ 511,844 bilhões, a carteira teve queda trimestral de 0,9% e anual de 3,6%.

Segundo o Bradesco, a originação de crédito acelerou no segundo semestre de 2023 e deve prosseguir nessa tendência, permitindo um crescimento da carteira entre 7% e 11% neste ano, conforme indicado no guidance.

As novas safras vêm apresentando qualidade alta de crédito, mesmo com a aceleração da sua originação, segundo afirma em nota o CEO Marcelo Noronha. “O destaque fica por conta da aceleração do crédito no varejo massificado e nas pequenas empresas. São segmentos em que o Bradesco é líder, e possuem rentabilidade potencial elevada. Considerando a qualidade das novas safras, vemos espaço para continuar expandindo a originação”, aponta.

Em relação à inadimplência, o banco registrou o patamar de 5,1% no quarto trimestre, ante 5,6% no terceiro e 4,3% em igual período de 2022. A inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) ficou em 4,1%, de 4,1% e 4,1%, respectivamente.

O Bradesco diz que a inadimplência apresentou melhora pelo segundo trimestre consecutivo, impulsionada pela redução gradual nos segmentos de Pessoas Físicas e Micro, Pequenas e Médias Empresas, refletindo a qualidade das novas safras, que tendem a apresentar um menor nível de atraso.

A provisão para devedores duvidosos (PDD) expandida foi de R$ 10,524 bilhões no quarto trimestre de 2023, apresentando alta de 14,5% em relação ao trimestre anterior e queda de 29,3% em 12 meses. De acordo com o banco, o aumento no trimestre está relacionado às maiores despesas de clientes do segmento de atacado.

O índice de cobertura subiu para 165%, de 155% no terceiro trimestre de 2023 e 204% no quarto trimestre de 2022.

Projeções

O Bradesco divulgou seu guidance para 2024. O banco espera constituir entre R$ 35 bilhões e R$ 39 bilhões em despesas com provisões para devedores duvidosos. Também espera ampliar entre 7% e 11% o estoque de crédito.

A margem financeira com clientes deverá crescer entre 3% e 7%. O banco trabalha ainda com a expectativa de avanço de 5% a 9% nas despesas operacionais.

As receitas de prestação de serviços devem ter um crescimento de 2% a 6%. O resultado da operação de seguros crescerá entre 4% e 8% em 2024. (Valor Econômico)

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