Brasil recebe principal coleção de Giorgio Morandi

Poucas vezes as obras centrais de Morandi deixaram o museu que leva o seu nome em Bolonha, Itália, ao mesmo tempo e para um mesmo destino. A partir desta quarta-feira, 22, porém, quase 30 delas, mais as criações do pintor que pertencem a acervos brasileiros estarão, lado a lado, abertas para visitação pública no Centro Cultural Banco do Brasil, na região central de São Paulo.

Giorgio Morandi (1890-1954) é tido como um dos maiores representantes da Arte Moderna na Europa. Suas naturezas mortas se tornaram referência iconográfica para muito além das paredes dos museus.

Garrafas reunidas como em um estudo de desenho de observação se tornaram símbolo da arte atemporal. Foram (e são) reproduzidas pelo universo pop com mais escala e eficiência que a própria Pop Art.

Morandi se tornou protagonista ao se descolar dos modernos

O curioso é que o tímido pintor italiano era avesso à popularização da sua arte e todo o tipo de publicidade. Afastou-se cada vez mais das ondas do Modernismo, do qual é um dos mais reconhecidos protagonistas. Enquanto seus pares modernos tratavam do homem e das transformações trazidas pelo século XX à vida das pessoas, Morandi pintava objetos inanimados, incólumes a todo e qualquer simbolismo político ou bandeira.

Assim como a obra, não era fácil tirar o artista de sua terra natal. Premiado pela Bienal de São Paulo em 1954, preferiu receber a homenagem em um consulado do Brasil em Roma.

A mostra “Ideias – Legado de Giorgio Morandi”, é, por isso, também um reencontro da maior exposição de arte contemporânea da América Latina com o mestre bolonhês. A exibição faz parte da programação da Bienal, que este ano completa o seu septuagésimo aniversário.

A exposição fica em cartaz até o dia 22 de novembro. Pode ser visitada todos os dias, exceto às terças-feiras e é gratuita.